As tropas leais ao ditador sírio, Bashar al-Assad, interromperam nesta quinta-feira (8) sua ofensiva militar sobre Aleppo, bastião de grupos rebeldes, para permitir a retirada de aproximadamente 8.000 civis, anunciou Sergei Lavrov, chanceler da Rússia.
Lavrov disse também que esquipes diplomáticas da Rússia e dos EUA se reunião em Genebra no sábado (10) para discutir a situação em Aleppo e traçar um plano sobre a saída de rebeldes da cidade.
| Omar Sanadiki/Reuters | ||
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| Fumaça sobe após explosão na área de Aleppo controlada por rebeldes |
O chanceler russo se reuniu nesta quinta em Hamburgo com seu colega americano, John Kerry, para discutir a pedido de cessar-fogo apresentado pelos rebeldes sírios e apoiado pelo Ocidente.
Os EUA dão suporte a alguns grupos rebeldes que atuam em Aleppo, enquanto a Rússia apoia o regime de Assad.
Com o apoio da Rússia e de outros parceiros regionais, as Forças Armadas da Síria iniciaram há algumas semanas uma grande ofensiva para expulsar os rebeldes de Aleppo. As tropas leais ao regime de Damasco avançaram rapidamente e retomaram 75% da área controlada por rebeldes. Nesta quarta (7), o Exército sírio assumiu o controle de toda a área antiga da cidade.
Desde julho, a porção leste da cidade, controlada pelos rebeldes, está sitiada e é alvo de bombardeios do regime sírio. Por sua vez, os rebeldes realizam ataques contra civis em bairros na porção oeste da cidade.
A batalha pela retomada de Aleppo provocou o deslocamento de mais de 80 mil pessoas e deixou mais de 360 civis mortos, agravando a crise humanitária na região.
REVIRAVOLTA
| AP | ||
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| O ditador Bashar al-Assad, durante entrevista no palácio presidencial de Damasco, na Síria |
Assad disse nesta quarta em entrevista ao jornal sírio "Al Watan" que uma grande vitória em Aleppo representaria um "grande passo" rumo ao fim da guerra na Síria.
"É verdade que Aleppo será uma grande vitória para nós, mas sejamos realistas, isto não significará o fim da guerra. Mas será um grande passo rumo ao final", afirmou Assad.
Para o ditador sírio, uma derrota dos rebeldes "marcará uma reviravolta na guerra", pois Aleppo é atualmente a principal frente de batalha do conflito.
Iniciada em março de 2011, a guerra civil na Síria já deixou mais de 400 mil mortos e forçou o deslocamento de mais da metade da população.