Folha de S. Paulo


Para China, conversa com Trump foi 'manobra' de Taiwan

Reuters
Tsai Ying-wen, presidente de Taiwan, fala ao telefone com Donald Trump
Tsai Ying-wen, presidente de Taiwan, fala ao telefone com Donald Trump

O chanceler chinês, Wang Yi, afirmou neste sábado (3) que a conversa telefônica entre o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e a chefe de estado de Taiwan, Tsai Ying-wen, "é uma manobra inventada" pela ilha e "não pode mudar" o consenso internacional sobre "uma China unida".

Em entrevista ao canal de televisão Hong Kong Phoenix, o chanceler disse que a "manobra inventada" por Taiwan "simplesmente não pode mudar o conceito de uma única China, já integrado na comunidade internacional". Ele afirmou ainda não acreditar que o telefonema mude a política adotada pelos Estados Unidos de não reconhecer o governo da ilha.

A defesa da existência de apenas 'uma China' é uma das bases da relação entre China e EUA. Os americanos não reconhecem o governo de Taiwan desde 1978. Nesse sentido, o presidente Donald Trump acabou correndo riscos de causar controvérsias diplomáticas com Pequim ao conversar com a presidente de Taiwan por telefone nesta sexta (2).

"Durante a conversa, ambos mencionaram os estreitos laços econômicos, políticos e de segurança" existentes entre Taiwan e Estados Unidos, afirmou a equipe de transição de Trump por meio de uma minuta do diálogo.

"O presidente eleito também cumprimentou a presidente Tsai por ter sido eleita neste ano", afirma o comunicado.

Ainda não ficou claro quem teve a iniciativa do telefonema, um dos vários que Trump tem tido com líderes estrangeiros desde sua vitória.

A Casa Branca reagiu pouco depois do anúncio da conversa entre os líderes, reafirmando que a política do país é reconhecer Pequim como único governo da China.

"Não há mudança em nossa política de larga data nesses assuntos", disse a porta-voz se Segurança Nacional do governo americano, Emily Horne, à agência AFP.


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