Folha de S. Paulo


Após 37 anos no poder, presidente de Angola não tentará reeleição em 2017

O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no poder há 37 anos, não vai tentar um novo mandato em 2017 e cederá o lugar como líder do Movimento Popular de Libertação de Angola ao seu ministro da Defesa, João Lourenço, anunciou a rádio oficial.

Um comunicado do MPLA, lido na rádio do governo, reportou a decisão do chefe de Estado de 74 anos. Citando fontes do partido, a emissora avançou na nomeação do ministro da Defesa.

Pouco depois, João Pinto, membro do Comitê Central, confirmou à AFP que "o presidente José Eduardo dos Santos não será candidato" à sua sucessão.

Em março deste ano, Santos já havia dito que se retiraria da vida política em 2018, após completar seu mandato em 2017.

AFP PHOTO/ ALAIN JOCARD
A file photo taken on July 3, 2015 shows Angolan President Jose Eduardo Dos Santos waiting for the arrival of his French counterpart at the presidential palace in Luanda. Angola marked 40 years of independence on November 11, 2015 with President Jose Eduardo dos Santos vowing to bring progress to the country, but rights groups accused him of ruling through
O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, em imagem de 2015, em Luanda

A Constituição de Angola contempla que a Presidência corresponde ao líder do partido que tenha obtido mais votos nas eleições legislativas.

A expectativa é que a candidatura do ministro da Defesa seja oficialmente anunciada no sábado (10), por ocasião do 60º aniversário de criação do MPLA.

Há semanas circulavam boatos em Angola sobre a eventual retirada de Santos por questões vinculadas à saúde do presidente septuagenário.

O MPLA chegou ao poder em 1975, após a independência de Angola de Portugal.

Santos tomou o poder quatro anos depois da morte do líder histórico do MPLA, Agostinho Neto. Desde então, Santos tem conduzido este país, um dos mais pobres do mundo, apesar de ser o principal produtor de petróleo da África subsaariana.

Durante o primeiro quarto de século de vida independente, Angola foi palco de uma guerra civil com intervenções estrangeiras, entre elas de tropas cubanas.


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