Uma das estrelas em ascensão do Partido Republicano e uma bilionária doadora da legenda são as primeiras mulheres apontadas para o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nikki Haley, governadora da Carolina do Sul, foi indicada para ser a embaixadora dos EUA na ONU (Nações Unidas). Para o cargo de secretária da Educação Trump escolheu a filantropista Betsy DeVos.
Kevin Lamarque/Reuters | ||
A governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, escolhida por Trump para ser embaixadora na ONU |
As nomeações dão diversidade a um gabinete que vinha sofrendo críticas por só ter homens brancos leais a Trump. Durante a corrida presidencial, ambas foram críticas a Trump e apoiaram outros concorrentes republicanos.
Filha de imigrantes indianos, Haley, 44, chegou a ser cotada para ocupar o cargo de secretária de Estado (chanceler), apesar de não ter experiência diplomática. Em seu segundo mandato como governadora, ela representa o que uma ala republicana mais moderada defende que seja a cara da nova geração de líderes do partido, mais jovem e diversa.
Um dos cotados para representar o país na ONU também sugeria a tentativa de diversificar o governo: Richard Grennel, gay declarado que foi diretor de comunicação na ONU durante o governo de George W. Bush.
"A governadora Haley tem um histórico comprovado de unir pessoas, independentemente de sua origem ou partido político", disse Trump num comunicado. De acordo com o anúncio, Haley se disse "honrada" em servir o país na ONU.
Sinal de seu prestígio ascendente no Partido Republicano, Haley foi a escolhida para dar a resposta da oposição ao discurso do Estado da União do presidente Barack Obama, em janeiro. Mas o que mais chamou a atenção foram as críticas implícitas da governadora a Trump por sua proposta de barrar a entrada de muçulmanos nos EUA.
"Em tempos ansiosos, pode ser tentador seguir o chamado das vozes mais raivosas", disse Haley. Trump rebateu, dizendo que Haley era "fraca em imigração" e que a população da Carolina do Sul tinha vergonha dela.
Betsy DeVos, 58, é uma bilionária ativista educacional que defende a política de vales para que os pais possam matricular seus filhos em escolas privadas. Os entusiastas da proposta, em prática em 12 Estados dos EUA, afirmam que ela amplia as as opções. Seus críticos dizem quem ela enfraquece as escolas públicas.
A nomeação de DeVos foi logo atacada pela Associação Nacional de Educação, maior sindicato de professores do país. "Seus esforços ao longo dos anos fizeram mais para debilitar a educação pública que apoiar os estudantes", criticou a entidade de classe.
Com a apuração ainda incompleta, a vantagem da democrata Hillary Clinton sobre Trump no voto popular passou de 2 milhões de votos, segundo o site de análise Cook Report. Como a eleição nos EUA é indireta, Trump foi o vitorioso por ter mais votos no Colégio Eleitoral, onde contam-se os votos por Estado.