Folha de S. Paulo


Trump diz que deportará 3 milhões e que parte da fronteira pode ter cerca

Os primeiros a ir embora serão até três milhões de imigrantes ilegais e com ficha criminal.

É assim que o presidente eleito Donald Trump, pretende começar seu plano de deportação em massa de estrangeiros que estão nos EUA sem autorização, após tomar posse.

"O que estamos fazendo é pegar os criminosos e os que tenham antecedentes criminais, traficantes [...], provavelmente dois ou três milhões de pessoas que vamos tirar do país ou prender", disse em entrevista ao programa de TV "60 Minutes", que vai ao ar neste domingo (13). Estima-se que 11 milhões de imigrantes ilegais vivam nos Estados Unidos.

O discurso duro com imigrantes era o auge da empolgação em seus comícios, quando a multidão bradava: "Construa o muro!".

A promessa de erguer uma barreira na divisa com o México, contudo, foi relativizada. Trump agora se diz disposto a instalar grades ou cercas em certos trechos, em vez do "lindo e alto muro", com até 15 metros de altura, que defendeu na campanha. "Sou muito bom nisso, se chama construção", afirmou o empresário do setor imobiliário.

Só após expulsar a leva criminal ele pensará no que fazer com "as pessoas incríveis" que vivem nos EUA sem ficha corrida, mas ilegalmente, afirmou. Uma mudança e tanto de tom, dado que Trump anunciou sua candidatura massacrando mexicanos: "Eles trazem drogas, crimes, são estupradores e alguns, presumo, boas pessoas".

No mesmo dia, o presidente da Câmara, o também republicano Paul Ryan, afirmou que Trump não planeja montar uma "força" para caçar imigrantes em suas casas. "Devemos acalmar as pessoas: este não é nosso foco. Nosso foco é proteger a fronteira."

TWITTER
Trump afirmou que o Twitter o ajudou a ganhar a eleição, servindo de canal direto com milhões de eleitores. Mas, uma vez no Salão Oval, pretende ser "mais contido" ao tuitar, "se sequer o fizer".

Nas últimas 24 horas, ele usou a rede social para elencar desafetos republicanos que ligaram para dar os parabéns, como o clã Bush e o ex-presidenciável Mitt Romney ("muito bom!").

Por lá já atacou dezenas, como uma âncora da Fox News ("me recuso a chamar Megyn Kelly de vadia, pois seria politicamente incorreto"), colegas do partido ("parece que o fracassado Romney quer ensinar republicanos a vencer") e até a Coca Diet ("nunca vi uma pessoa magra tomando uma").

No domingo, antes de criticar o "New York Times" por sua "má cobertura", tuitou que esperava uma "era grandiosa" para "TODOS os americanos". "Vamos nos unir e vencer, vencer, vencer!"


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