Folha de S. Paulo


Americanos insatisfeitos protestam contra vitória de Trump em eleições

Menos de uma hora após o anúncio da vitória de Donald Trump, protestos começaram a acontecer em cidades da Califórnia, onde Hillary Clinton ganhou com 61% dos votos, numa onda de manifestações contra o republicano que se arrastou pela quarta (9) e atingiu outros Estados do país.

Na região da baía de San Francisco, famoso bastião liberal e berço da contracultura nos anos 1960, estudantes de escolas públicas acordaram já prontos para atos de desagravo contra o nova-iorquino bilionário de 70 anos, que conseguiu ofender praticamente todas as minorias norte-americanas durante sua campanha eleitoral.

Centenas de pessoas se reuniram pela manhã em East Bay e caminharam até o campus da Universidade da Califórnia em Berkeley, juntando mais gente pelo caminho. Ao meio-dia (18h em Brasília), o jornal local "SF Gate" reportava milhares de pessoas, algumas levando bandeiras do México e outras com cartazes dizendo "Não é Nosso Presidente".

No Arizona, Estado que tinha, até o início da noite desta quarta, 50% dos votos para Trump e 45% para Hillary, cerca de mil estudantes de duas escolas públicas da capital, a maioria latinos e afro-americanos, deixaram as salas de aula para protestar nas ruas de Phoenix contra Trump e Joe Arpaio, um delegado local infame por perseguir latinos e que finalmente perdeu sua sétima reeleição.

Pelas redes sociais, cerca de 30 protestos estavam agendados para esta semana em Estados diversos, como nas cidades de Nova York, Portland, Boston, Chicago e Austin. Só em Los Angeles, onde manifestações aconteceram logo pela madrugada no campus da UCLA, havia dois atos marcados para, ambos no centro da cidade e com mais de 2.000 pessoas confirmadas em suas páginas online. Um terceiro, com mais de 3.500 pessoas engajadas, deve acontecer no sábado (12).

"Este protesto é pelas mulheres, pelos trabalhadores, pelas pessoas de cor, pelos trans e pelas nossas vidas", dizia o convite de um protesto de Los Angeles organizado por representantes asiáticos e africanos. "A eleição de Donald Trump é o mais recente padrão de discriminação sistemática contra nossas comunidades nos EUA. Não vamos aceitar a Presidência de Donald Trump quietamente."

Em Nova York, uma caminhada estava marcada para as 18h (21h em Brasília), começando na Union Square e seguindo até a Trump Tower, onde fica o QG político do republicano e o triplex onde mora com a mulher, Melania. "Vamos lutar contra o racismo, o sexismo e a islamofobia", dizia o convite online, que contava com confirmação de 10 mil pessoas.


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