Folha de S. Paulo


Maconha e pena de morte foram tema de referendos nos EUA; veja resultados

Maconha, pena de morte, impostos de cigarro e sacolinhas de supermercado estavam na ordem do dia nos referendos votados pelos americanos em diferentes Estados nesta terça-feira (8).

Enquanto a legalização da maconha só perdeu em um local até o momento (Arizona), a pena de morte foi reiterada em três Estados: Califórnia, Oklahoma e Nebraska.

Na Califórnia, Estado mais populoso do país com 38 milhões de habitantes, duas votações foram feitas sobre a pena de morte. Com 93% das urnas apuradas, vencia com 54% o "não" à medida que colocaria um fim ao corredor da morte.

Em uma disputa mais acirrada, sobre a reforma que acelera o processo jurídico para realização da pena de morte, o "sim" tinha 50,1% dos votos dos californianos. Hoje, há 749 pessoas à espera da execução, sendo que a última foi realizada há dez anos.

Navesh Chitrakar/Reuters
Homem coloca cédula de votação em urna eleitoral americana
Homem coloca cédula de votação em urna eleitoral americana

A maconha foi às urnas em nove Estados e o "sim" pela legalização só perdeu no Arizona até o momento. No Maine, com 89% dos votos apurados, a legalização vencia com 50,4%.

O uso recreativo da droga foi permitido na Califórnia, Massachusetts e Nevada, além de Colorado, Washington, Oregon e Alasca. Já na Flórida, Dakota do Norte, Montana e Arkansas, foi legalizado seu uso medicinal.

Agora, mais da metade dos Estados americanos passa a ter leis favoráveis à droga, que continua a ser considerada ilegal no âmbito federal. "Isto representa uma vitória enorme para o movimento da reforma da maconha. Com a liderança da Califórnia, o fim da proibição está se aproximando rapidamente no país, e até mesmo no mundo", disse Ethan Nadelmann, diretor executivo da Drug Policy Alliance, organização sem fins lucrativos em defesa do fim da "guerra às drogas".

A Califórnia, que costuma liderar mudanças no país, também votou em outros 14 referendos e aprovou, por exemplo, a alta de US$ 2 no imposto sobre cigarros, incluindo eletrônicos, e a proibição de compra e posse de grandes quantidades de munição, medida que inclui verificação de antecedentes criminais na venda de munição.

Entre referendos que perderam estava o uso obrigatório de camisinha em sets de filmes pornográficos, lei que já havia sido aprovada nas urnas no condado de Los Angeles em 2012, mas que desde então passava por batalhas judiciais entre estúdios e o Departamento de Saúde de Los Angeles.

Nevada também aprovou verificação para compra de armas. No Maine, o voto contra o reforço dessas verificações estava na frente (51,9%), com 89% dos votos apurados.

Dakota do Norte e Missouri também votaram "sim" pelo aumento de impostos em cigarros, sendo que o segundo passou duas medidas sobre o assunto: uma para elevar em 23 centavos de dólar o pacote para financiar projetos de infraestrutura e transporte, e outra em 60 centavos para criar um fundo de educação e saúde infantil.

Outros referendos importantes aconteceram no Colorado, que se juntou a outros cinco Estados que permitem suicídio assistido para que doentes terminais possam morrer com ajuda de um médico.

Já em Minnesota, 77% dos eleitores votaram para retirar o poder dos legisladores de definir seus próprios salários, que será agora definido por um conselho independente de cidadãos.


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