Folha de S. Paulo


Bares na Califórnia dão bebida de graça para quem votou

Bibliotecas, museus e igrejas viraram centros de votação em Los Angeles, onde Hillary Clinton e um referendo em favor da maconha eram favoritos para ganhar.

Eleitores enfrentavam pequenas filas ao meio-dia (18h em Brasília), ao contrário das longas esperas de quem adiantou o voto no final de semana.

A Califórnia, Estado mais populoso dos EUA, teve recorde de eleitores registrados, cerca de 20 milhões (mais de 78% dos residentes que podem votar), o maior número em duas décadas.

"O clima político é muito estressante, muita divisão, e não conheço ninguém superanimado com nenhum candidato", disse a artista Angela Lou-Dawn, acompanhada da filha de 21 anos.

As duas esperaram 30 minutos na fila de votação em museu em Hollywood. "Foi muito difícil votar. Não quero dizer em quem, mas não foi em [Donald] Trump."

Numa igreja no bairro de Highland Park, a estudante de sociologia Becca DiBennardo, 33, também teve que guardar menos de uma hora para votar em Hillary Clinton.

"Mas esperaria o dia inteiro se fosse necessário. Foi lindo ver tanta gente na fila para votar, é um dia histórico."

Pela média das pesquisas, a candidata democrata teria uma vitória tranquila, com 54% dos votos, ante 32% do rival. De 1992 para cá, ou seja, desde a primeira vitória de Bill Clinton, os democratas levaram sempre o Estado.

Como funcionam as eleições americanas

BARES ENGAJADOS

Na Califórnia, onde não existe Lei Seca no dia de votação, os eleitores puderam comemorar (ou afogar as lágrimas) nos bares que abriram suas portas e ligaram suas TVs para acompanhar a apuração dos votos.

Para chamar a clientela engajada, muitos fizeram promoções: quem aparecesse com o selinho de "Eu Votei", ganhava drinques ou batata frita de graça.

O bar Detour, em Culver City, dava boas-vindas aos eleitores com shots de vodka azul ou vermelho, cores dos partidos Democrata e Republicano.

Na cidade praiana de Santa Monica, o bar Independence preparou drinques diferentes para a ocasião. "Bad Hombre", como Trump chamou os imigrantes ilegais, era um coquetel com tequila, enquanto "Nasty Woman", como Hillary foi chamada pelo republicano, era um coquetel de vodka.

Mas nem só de álcool viveram os eleitores festeiros de Los Angeles. No hotel Standard Hollywood, um show de pole dance político estava agendado para quando as urnas fechassem no Estado, às 20h (2 horas de Brasília).

MACONHA RECREATIVA

Para quem era em favor da legalização do uso recreativo da maconha na Califórnia, um evento chamado "Festa Eleitoral do Fim da Proibição", com ingressos de US$ 25 a US$ 50 (R$ 80 a R$ 160), reuniu marcas e profissionais do mercado.

No evento houve distribuição de amostras e aperitivos doces e salgados com maconha, mas só para portadores de carteirinha medicinal.

O uso da droga para maiores de 21 anos ficaria liberado a partir desta quarta-feira (9) se o referendo passasse.


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