Folha de S. Paulo


Trump faz maratona por votos na reta final e visita cinco Estados em um dia

Mandel Ngan/AFP
O candidato republicano, Donald Trump, em evento de campanha em Michigan
O candidato republicano, Donald Trump, em evento de campanha em Michigan

Donald Trump percorreu mais de 2.400 quilômetros neste domingo (6), com comícios em cinco Estados, num de seus últimos esforços para chegar na frente da rival, Hillary Clinton, na corrida presidencial que termina com a eleição desta terça.

O roteiro de Trump teve alguns dos chamados "campos de batalha" –Estados onde as disputas estão apertadas e serão decisivos para definir quem será o sucessor de Barack Obama na Casa Branca.

Mas também incluiu uma aposta ousada: Minnesota, que desde 1972 não escolhe um candidato presidencial republicano.

No comício em Minneapolis, o republicano não comentou explicitamente a notícia divulgada pouco antes, de que o diretor do FBI (polícia federal), James Comey, havia mantido a decisão de não recomendar o indiciamento de Hillary pelo uso de um servidor privado de e-mail quando secretária de Estado.

Mas Trump não deu o caso por encerrado. "Hillary Clinton estará sob investigação por muito tempo", disse o bilionário, arrancando gritos da plateia em favor da prisão da democrata.

Após ter elogiado o FBI por retomar a investigação, Trump voltou a acusar o "sistema" de favorecê-la. "É um sistema fraudulento, e ela está protegida."

Coube a sua chefe de campanha, Kellyanne Conway, comentar o novo desdobramento, afirmando que Comey conduziu mal a investigação "desde o começo". Ela também questionou a capacidade de o FBI ter examinado com cuidado os cerca de 650 mil e-mails que estavam em revisão em pouco mais de uma semana.

Com ou sem indiciamento, dirigentes republicanos já falam em processo de impeachment, caso Hillary se eleja. Em um anúncio de campanha da candidata democrata, o presidente Barack Obama criticou a ameaça, afirmando que esse é o tipo de atitude que causou a paralisia política dos últimos anos.

"Alguns republicanos já estão se preparando para fazer tudo o que puderem para deter qualquer progresso em Washington", disse Obama, que nesta segunda (7) participa de um evento com Hillary no último dia de campanha antes da eleição, na Filadélfia.

SUSTO

Na véspera da maratona de comícios de Trump, um incidente adicionou tensão à corrida presidencial mais polarizada da história dos EUA. Na noite de sábado (5), ele foi retirado às pressas do palanque por agentes do serviço secreto durante um comício em Reno, Nevada.

O tumulto teve início quando um opositor do candidato segurando um cartaz com os dizeres "republicanos contra Trump" foi forçado a parar o protesto e retirado do local por seguranças.

Segundo o serviço secreto, alguém gritou "arma!", o que levou à retirada abrupta do candidato. Momentos depois, Trump voltou ao palanque com ar desafiador: "Nada nos deterá", disse.

Embora nenhuma arma tenha sido encontrada, a campanha de Trump tentou capitalizar o incidente. Minutos depois, o filho do candidato Donald Trump Jr. e um dos assessores da campanha, Dan Scavino, repetiram numa rede social a versão de que o candidato havia sido vítima de uma tentativa de assassinato.


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