Folha de S. Paulo


Hillary perde vantagem sobre Trump em Estados decisivos, diz pesquisa

A corrida pela Casa Branca ficou mais apertada na reta final da campanha, com a candidata democrata, Hillary Clinton, perdendo vantagem para seu rival republicano, Donald Trump, em vários Estados decisivos, apontou uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta sexta-feira (4).

Os dois presidenciáveis agora aparecem empatados na Flórida e na Carolina do Norte, onde Hillary se mantinha na dianteira. Em Michigan, a vantagem da democrata se reduziu muito e a disputa em Ohio segue empatada. Na Pensilvânia, a ex-secretária de Estado parece ter consolidado sua liderança.

Jewel Samad e Jeff Kowalsky - 3.nov.2016/AFP Photo
(COMBO) This combination of pictures created on November 03, 2016 shows US Democratic presidential nominee Hillary Clinton in Tempe, Arizona, on November 2, 2016 and US Republican Presidential nominee Donald Trump in Warren, Michigan on October 31, 2016. Just five days before the bitter presidential campaign comes to a head a new poll on November 3, 2016 showed a tightening race, with Hillary Clinton's edge over Donald Trump shrinking and few voters saying they remain undecided. The New York Times/CBS News poll showed the Democratic White House hopeful with 45 percent to her Republican rival's 42, a three-point lead that had diminished from the more comfortable nine-point margin she had weeks earlier. / AFP PHOTO / JEWEL SAMAD AND JEFF KOWALSKY
Os presidenciáveis Hillary Clinton (à esq.) e Donald Trump

Durante a última semana, o apoio a Trump cresceu em 24 Estados e caiu em outros 11. Hillary viu seu apoio crescer em 13 Estados e reduzir em 22.

Outra pesquisa, encomendada pelo jornal "Washington Post" e pela emissora ABC News, indica que Hillary recuperou a liderança sobre Trump no voto popular —a democrata aparece com 47%, contra 44% do republicano.

Os últimos dados da mesma sondagem, divulgados na terça (1º), mostravam que o magnata novaiorquino havia alcançado 46% das intenções de voto, um ponto a mais que a ex-senadora. O resultado contribuiu para a queda nas bolsas de valores dos EUA e da Europa e para a desvalorização do dólar.

CHANCES DE VITÓRIA

Os números revelados nesta sexta mostram que Hillary continua sendo a provável vencedora na eleição da próxima terça-feira (8), mas indicam que Trump tem alguma chance de vitória, especialmente se vigorar a previsão da pesquisa Reuters/Ipso e o republicano ganhar as votações em Estados decisivos.

Segundo a sondagem, a democrata tem 90% de chances de ganhar a eleição, menos que os 95% registrados na semana passada.

O sistema eleitoral americano não funciona por votação direta, e sim por colégio eleitoral. Na maioria dos Estados, o partido que tiver a maioria dos votos nas urnas ganha todos os delegados. Ganha o candidato que conquistar a maioria de delegados do país.

Estados com grande população e que costumam variar sua preferência entre republicanos e democratas são considerados "Estados-pêndulo" e, neles, a disputa entre os candidatos pelo voto do eleitor tende a ser mais acirrada. É o caso de Flórida, Carolina do Norte, Pensilvânia, Ohio, Michigan, Colorado e Nevada.

Com esse sistema de votação, é possível que seja eleito presidente dos EUA um candidato que tenha perdido no voto popular —a última vez em que isso aconteceu foi em 2000, quando o republicano George W. Bush venceu sobre o democrata Al Gore Jr. após controvérsias na contagem de votos na Flórida.

Como a voto não é obrigatório nos EUA, o principal desafio das campanhas é convencer os eleitores de certos grupos populacionais a ir às urnas.

No pleito de 2016, as chances de Trump vencer são maiores caso seja fraco o comparecimento às urnas em Estados-pêndulo de negros, mulheres e latinos, eleitorado mais afeito a Hillary.

Como funcionam as eleições americanas


Endereço da página:

Links no texto: