Folha de S. Paulo


Trump supera Hillary em nova pesquisa eleitoral, e mercados reagem

A uma semana da eleição, o candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, aparece à frente de sua rival democrata, Hillary Clinton, em uma nova pesquisa divulgada nesta terça (1º). É a primeira vez desde maio que Trump supera Hillary na pesquisa nacional encomendada pelo jornal "The Washigton Post" e pela rede ABC.

Embora a diferença seja de apenas um ponto percentual (46% a 45%) e esteja na margem de erro, reforça a tendência dos últimos dias, que mostra o acirramento da disputa. Uma semana antes, a mesma sondagem dava 12 pontos de vantagem para Hillary.

Segundo o "Post", o resultado teve pouca influência do anúncio do FBI (polícia federal americana) na sexta, de que voltou a investigar o uso de um servidor privado de e-mail por Hillary quando ela era secretária de Estado. Mas revela mais energia entre os seguidores de Trump: 53% se dizem "muito entusiasmados" com ele, contra 43% para os eleitores de Hillary.

Jonathan Ernst - 22.out.2016/Reuters
Candidato republicano, Donald Trump, durante evento de campanha presidencial
Candidato republicano, Donald Trump, durante evento de campanha presidencial

Apesar dos alertas de analistas de que uma só pesquisa não deve servir de parâmetro, a sondagem piorou o humor nos mercados. O "risco Trump" contribuiu para a quedas nas bolsas dos EUA e da Europa e do dólar frente ao franco suíço e ao euro, entre outras moedas. Uma possível vitória de Trump é vista como sinal de incerteza e volatilidade pelos mercados, por sua retórica populista.

No Brasil, o Ibovespa recuou 2,46%, maior baixa desde 13 de setembro. O dólar comercial acelerou os ganhos após a divulgação da pesquisa nos EUA e fechou em alta de 1,63%, a maior em quase um mês, a R$ 3,2410. Outro fator que contribuiu para os resultados foi a expectativa em relação a uma possível sinalização sobre o aumento dos juros nos EUA, na reunião desta quarta (2) do Fed (banco central).

A ascensão de Trump nacionalmente, enquanto as pesquisas indicam que ele continua atrás de Hillary na soma dos Estados, trouxe ao debate a possibilidade de ele vencer na votação popular e ainda assim não se tornar o presidente. Algo que só ocorreu quatro vezes na história, a última delas em 2000.

Nesse sistema eleitoral, resultados por Estado pesam mais que o total nacional. São eles que definem a composição do colégio eleitoral, responsável por escolher o presidente. Para chegar à Presidência é preciso um mínimo de 270 dos 538 votos do colégio eleitoral e a maioria das pesquisas coloca Hillary mais perto do número necessário.

Colaborou EULINA OLIVEIRA, de São Paulo


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