Folha de S. Paulo


Após início de diálogo, Venezuela liberta cinco opositores presos

Cinco opositores que estavam detidos foram libertados na noite desta segunda-feira (31) na Venezuela, um dia após o início do diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e seus adversários.

O dirigente opositor Carlos Ocariz informou no Twitter que Carlos Melo, Andrés Moreno e Marco Trejo foram soltos, com três mensagens distintas citando cada caso, todas acompanhadas por uma fotografia do liberado e a mensagem: "estamos avançando. DEUS NUNCA MUDA".

Pouco depois, o secretário-executivo da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, acrescentou os nomes de Coromoto Rodríguez e Andrés León.

Marco Bello-30.out.2016/Reuters
Venezuela's President Nicolas Maduro (C) attends a political meeting between government and opposition, next to Claudio Maria Celli (L), Vatican's representative and UNASUR Secretary General Ernesto Samper, in Caracas, Venezuela October 30, 2016. REUTERS/Marco Bello ORG XMIT: MAB101
Nicolás Maduro (centro) dialoga com oposição ao lado de delegados do Vaticano (esq.) e da Unasul (dir.)

No domingo, delegados do governo e da MUD acertaram uma agenda para o diálogo diante da grave crise política que abala o país, sob a supervisão do Vaticano e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Agentes do serviço de inteligência prenderam Melo em 31 de agosto passado, sob a acusação de posse de material explosivo.

Moreno e Trejo foram detidos em setembro, após produzirem um vídeo para o partido opositor Primeiro Justiça pedindo reflexão aos militares diante da crise, considerado pelo governo como uma incitação à revolta.

Rodríguez, que era chefe de segurança do presidente do Parlamento, o duro opositor Henry Ramos Allup, estava detido desde maio. León, desde 2014, mas cumpria prisão domiciliar por questões de saúde.

Formalizado o início das conversações em um momento de tensão pela suspensão do referendo revogatório que a MUD defende contra o presidente Maduro, Torrealba havia solicitado ao governo "gestos concretos" da disposição do diálogo.

"Sem gestos concretos, o diálogo não pode prosseguir", disse Torrealba.

Segundo a oposição, na Venezuela há mais de cem "presos políticos", entre eles alguns de alto perfil como o líder Leopoldo López e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.


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