O presidente francês, François Hollande, afirmou neste sábado (29) que fechará os acampamentos improvisados nas ruas de Paris pelos refugiados que deixaram o campo de Calais.
Em mais uma medida para tentar conter a crise de imigração no país, o governo francês retirou cerca de 5.000 pessoas do acampamento, conhecido como "A selva", e demoliu a ocupação, na região do canal da Mancha –Calais é a cidade francesa mais próxima da Inglaterra.
Charles Platiau/Reuters | ||
Tendas de imigrantes são vistas perto da estação de metrô Stalingrado, em Paris, nesta sexta (28) |
Desde então, o número de imigrantes dormindo nas ruas de Paris aumentou em ao menos um terço, chegando a algo entre 700 e 750 barracas e entre 2.000 e 2.500 pessoas, segundo Colombe Brossel, vice-prefeita da capital francesa.
Ao longo dos bulevares movimentados e de um canal em uma área do nordeste de Paris, centenas de barracas foram montadas por imigrantes, a maioria africanos que dizem ser do Sudão, com caixas de papelão no chão fazendo as vezes de isolante contra o frio.
Hollande se encontrou neste sábado com um grupo de imigrantes trazidos de Calais para um centro de acolhimento em Doue-la-Fontaine, no oeste do país. "Nós não podemos tolerar acampamentos", disse o presidente, que os classificou como não dignos da França.
O líder francês pediu ainda que o Reino Unido faça sua parte em ajudar a retirar cerca de 1.500 imigrantes menores de idade que permanecem em Calais, que por anos serviu de uma base ilegal para imigrantes tentando chegar ao Reino Unido.
O diretor do escritório de refugiados francês, Pascal Brice, disse que os recém-chegados a Paris não representam um movimento indiscriminado da "selva" para a capital. "Pode haver alguns movimentos nas periferias (rumo a Paris), mas o crucial é que essas 6.000 pessoas foram protegidas", afirmou ele à Reuters.
A vice-prefeita Brossel disse que cabe ao governo central agir, e não às autoridades municipais. "Estas pessoas precisam ser abrigadas", afirmou.
A cidade de Paris tem planos de abrir dois centros de imigrantes, com capacidade de menos de mil leitos.