Em encontro privado com investidores do banco americano Goldman Sachs, em maio, a hoje premiê britânica, Theresa May, se mostrou preocupada com o "brexit" e adotou um tom mais incisivo a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia.
É o que mostra gravação divulgada nesta terça-feira (25) pelo jornal britânico "The Guardian". O encontro ocorreu um mês antes do plebiscito no qual o país decidiu deixar o bloco europeu –quando ela, portanto, ainda não ocupava o cargo.
Xinhua | ||
A primeira-ministra britânica, Theresa May, fala na convenção do Partido Conservador |
"Eu acho que os argumentos econômicos são claros", disse ela, à época secretária do Interior do governo de David Cameron. "Eu acho, como eu dizia para vocês mais cedo, que uma das questões é que muitas pessoas investem no Reino Unido porque ele está na Europa."
Na ocasião, May afirmou a investidores do banco americano Goldman Sachs que o "brexit" levaria à saída de inúmeras empresas do Reino Unido.
O tom contrasta com a relativa distância mantida por May durante a campanha do "brexit". Ela era contra a saída britânica, mas foi criticada por colegas também contrários por não ter se engajado o suficiente.
"Se não estivermos na Europa, eu penso que existirão firmas e companhias que diriam, precisamos desenvolver uma presença europeia ou uma presença britânica? Então acho que há benefícios claros em termos econômicos."
As afirmações contrastam ainda com a atual posição de May, que lidera o processo de desembarque do Reino Unido após a renúncia de Cameron.
O Goldman Sachs confirmou a ocorrência do encontro e afirmou que May não recebeu nada pela palestra.