Folha de S. Paulo


Polícia reprime estudantes em protesto por referendo contra Maduro

Policiais e estudantes venezuelanos entraram em confronto nesta segunda-feira (24) durante um protesto em uma universidade em Caracas para exigir a realização de um referendo para destituir o presidente Nicolás Maduro.

Segundo a mídia local, ao menos dois estudantes ficaram feridos após a polícia usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para impedir que a manifestação saísse do campus da Universidade Central da Venezuela em direção a uma praça.

Marco Bello/Reuters
A demonstrator speaks to members of Venezuelan National Guard during a student rally demanding a referendum to remove Venezuela's President Nicolas Maduro in Caracas, Venezuela October 24, 2016.
Manifestante encara policiais durante protesto contra Nicolás Maduro nesta segunda (24) em Caracas

Protestos estudantis também foram registrados em outras partes do país nesta segunda.

Líderes opositores convocaram manifestações para quarta-feira (24) contra a decisão da Justiça venezuelana de suspender o processo de coleta de assinaturas para a realização de uma consulta pública sobre a destituição de Maduro.

Tuíte

Neste domingo (24), a Assembleia Nacional, controlada por adversários do chavismo, aprovou uma resolução para denunciar a suspensão do "referendo revogatório", mecanismo previsto na Constituição para consultar a população sobre a destituição de governantes.

A oposição considera que a decisão da Justiça foi um "golpe de Estado", pois teria rompido mecanismos constitucionais em prol da manutenção no poder de Maduro, que enfrenta baixos níveis de popularidade e uma grave crise econômica.

Os opositores querem que a consulta pública seja realizada antes de 10 de janeiro, para que seja convocada uma nova eleição caso Maduro seja derrotado. Se for realizada depois dessa data, assumiria o lugar do líder chavista o vice-presidente da Venezuela.

A Justiça suspendeu temporariamente o processo para a realização do referendo revogatório alegando ter encontrado fraudes na primeira etapa de coleta de assinaturas de eleitores favoráveis à consulta.

A ONG Human Rights Watch lançou um relatório nesta segunda em que expõe o resultado de uma investigação sobre a crise humanitária na Venezuela, marcada pela falta generalizada de remédios, insumos médicos e alimentos.

Federico Parra - 23.out.2016/AFP
Supporters of Venezuelan President Nicolas Maduro force their way to the National Assembly during an extraoridinary session called by opposition leaders, in Caracas on October 23, 2016. The Democratic Unity Movement(MUD), opposite to Nicolas Maduro's government called a Parliamentary session to discuss restructuring of the Boliviarian Republic of Venezuela's Constitution, the constitutional order and democracy as main issues. Demonstrators outside the building forced their entrance to interrupt the debate and the session was suspended. / AFP PHOTO / FEDERICO PARRA
Chavistas invadiram a sessão da Assembleia Nacional que denunciou suposto "golpe de Estado"

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