Folha de S. Paulo


Escola de balé de Cuba terá primeira aluna dos EUA em tempo integral

Alexandre Meneghini/Reuters
 Students at the Cuba's National Ballet School (ENB) chat during a break in Havana, Cuba, October 12, 2016. REUTERS/Alexandre Meneghini REUTERS/Alexandre Meneghini SEARCH
Alunas da escola nacional cubana de balé, durante pausa nas práticas

Catherine Conley, a primeira aluna norte-americana em tempo integral da prestigiosa Escola Nacional de Balé de Cuba, espera adquirir um diferencial que a destaque em seu país, aprendendo as piruetas e os saltos do estilo cubano.

"[Cuba tem] um estilo de dança acrobático, e acho que posso usar algo disso", disse Conley, 18, em uma entrevista na escola, abrigada em um palácio da era colonial em Havana velha.

O país comunista é marcado por sua educação rigorosa no balé, subsidiada pelo Estado, e já produziu uma leva significativa de astros da dança —como Carlos Acosta e José Manuel Carreño— para uma pequena ilha de 11 milhões de habitantes.

A Escola Nacional de Balé, que afirma ser a maior do mundo com seus 3.000 estudantes, treina dançarinos estrangeiros há muito tempo, mas nenhum norte-americano jamais se inscreveu em seu programa de tempo integral durante o embate de meio século entre Cuba e os Estados Unidos.

Isso parece prestes a mudar, após Barack Obama e Raúl Castro terem anunciado, há quase dois anos, uma distensão nas relações entre os países.

Desde o fim de 2014, várias medidas foram anunciadas pelos americanos para colocar em prática a reaproximação, como a autorização para voos regulares diretos e a suspensão do limite à compra de charutos e rum.

"Acho que Catherine é a primeira de muitos estudantes norte-americanos a vir para Cuba", disse Victor Alexander, diretor do Ruth Page Center for The Arts de Chicago, onde Conley estudou balé desde a infância.

O balé cubano fundiu características dos russos, franceses, italianos, ingleses e norte-americanos com o tempero latino e a sensualidade afro-cubana, mas o estilo também já foi tachado de antiquado por ser baseado na abordagem da fundadora da escola, Alicia Alonso, 94, bailarina principal da companhia, hoje conhecida como American Ballet Theater, nos anos 1940.


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