Folha de S. Paulo


WikiLeaks vaza novos trechos de palestras de Hillary a banco em 2013

Novos trechos divulgados pelo site WikiLeaks de palestras remuneradas feitas por Hillary Clinton em 2013 ao banco Goldman Sachs reforçam a posição "light" da presidenciável democrata em relação a Wall Street.

As transcrições divulgadas no sábado (15) fazem parte do conjunto de e-mails hackeados do chefe de campanha de Hillary, John Podesta, que vem sendo divulgados pelo site nas últimas semanas.

Em um dos três encontros com funcionários do Goldman Sachs, em outubro de 2013, Hillary lembrou que tinha "ótimas relações" com Wall Street enquanto senadora do Estado de Nova York. Segundo ela, o "senso comum" de culpar os grandes bancos pela crise de 2008 foi uma "simplificação excessiva".

"Nós estamos nisso juntos", acrescentou, após pedir mais transparência das instituições financeiras.

Em outro excerto, a já ex-secretária de Estado —cargo que ocupou entre 2009 e o início de 2013— fala sobre a ação americana na Síria. Hillary gostaria que os EUA interviessem no país, à época em guerra civil havia dois anos, "o mais secretamente possível".

"Nós costumávamos ser muito melhores nisso do que somos hoje. Agora ninguém se aguenta. Todos têm de ir lá e falar com seus amigos repórteres: 'Olha o que nós estamos fazendo'", afirmou.

Em reportagem de maio, o jornal "New York Post" estimou em US$ 21,6 milhões o total recebido por Hillary por discursos feitos entre abril de 2013 e março de 2015.

Durante as prévias democratas, Hillary foi alvo de duras cobranças do senador Bernie Sanders para divulgar as transcrições das palestras que fez para bancos.

A campanha de Hillary não confirmou nem negou a autenticidade das transcrições e dos e-mails vazados de Podesta. Os democratas acusam o governo russo de estar por trás dos vazamentos.

A administração Barack Obama já acusou formalmente Moscou de ajudar os hackers e de tentar influenciar as eleições americanas em favor do republicano Donald Trump, que já fez elogios ao presidente Vladimir Putin.

"Trump está torcendo por uma tentativa russa de influenciar nossa eleição através de um crime que lembra Watergate, mas em escala maior", disse o porta-voz de Hillary, Glen Caplin, citando o escândalo de 1972 em que republicanos grampearam a sede do Comitê Nacional Democrata e que levou à renúncia do presidente Richard Nixon dois anos depois.


Endereço da página:

Links no texto: