Folha de S. Paulo


Advogados abandonam defesa do principal suspeito de ataques em Paris

Os advogados de Salah Abdeslam, que se acredita ser o único sobrevivente dentre os suspeitos de organizar os atentados terroristas em Paris em novembro, abandonaram nesta quarta-feira (12) a defesa de seu cliente.

Em entrevista à emissora francesa BFM, os advogados Frank Berton e Sven Mary disseram que Abdeslam, mantido em prisão solitária na França desde sua captura na Bélgica em março, se recusa a falar e não quer mais ter representação legal.

"Avisamos desde o início que se nosso cliente permanecesse calado abandonaríamos sua defesa", afirmou Berton, advogado de origem francesa.

"Quando você tem a sensação de estar ali só para fazer visitas na prisão, neste momento é necessário tomar uma decisão", acrescentou Mary, advogado belga.

Os advogados disseram que Abdeslam tem se recusado a falar por se sentir intimidado pela vigilância constante de sua cela por uma câmera de segurança. Segundo Mary, o confinamento solitário também contribui para que seu cliente fique calado.

"As verdadeiras vítimas disso são as vítimas dos ataques de Paris. Elas têm o direito de saber", disse Mary.

Abdeslam é acusado de ajudar a organizar os atentados a tiros e bombas contra bares, cafés, um estádio de futebol e uma casa de shows na capital francesa na noite de 13 de novembro de 2015. Os ataques deixaram 130 mortos e foram reivindicados pela organização terrorista Estado Islâmico.

Após o atentado, Abdeslam fugiu de carro para a Bélgica, seu país de residência, e permaneceu foragido por meses. Os outros suspeitos foram mortos durante os ataques ou posteriormente em operações policiais. Não há data marcada para o julgamento de Abdelslam.


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