"PROCURADO: Ahmad Khan Rahami, homem, 28. Ligue para 911 se o avistar."
Enviada por autoridades policiais, a mensagem fez milhões de smartphones vibrarem ao mesmo tempo em Nova York, por volta das 7h45 de segunda (19).
AFP | ||
O suspeito Ahmad Khan Rahami, 28, afegão naturalizado americano, em fotos da polícia |
Horas depois, a caçada ao afegão naturalizado nos EUA, suspeito dos ataques a bomba, chegou ao fim.
Ele dormia na porta um bar em Linden (Nova Jersey). O dono do local o confundiu como um mendigo a princípio, mas viu que ele parecia com o sujeito que a CNN mostrava. Chamou a polícia.
Reconhecido, Rahami atingiu dois agentes numa troca de tiros -um deles no colete a prova de balas.
O afegão foi alvejado várias vezes e passou por cirurgia. Estava consciente, com rosto ensanguentado, quando uma ambulância o levou.
O agente do FBI Bill Sweeney afirmou que Rahami estava "diretamente conectado" a várias bombas: uma feita com luzes de Natal e estilhaços e plantada no bairro nova-iorquino do Chelsea, que feriu 29 pessoas no sábado (17); uma encontrada perto dali, numa panela de pressão; outras achadas no litoral de Nova Jersey e cinco dispositivos no mesmo Estado. A última leva foi localizada no domingo (18), numa lixeira na cidade de Elizabeth, onde ele vivia.
O presidente Barack Obama afirmou que os investigadores descartam ligação entre os ataques em Nova York e Nova Jersey e o esfaqueamento de dez pessoas em um shopping em Minnesota no sábado, ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.
Ataques nos arredores de Nova York
O sistema de alertas de emergência usado para divulgar o nome de Rahami até então limitava-se a notificar desastres naturais iminentes (como enchentes) ou crianças desaparecidas. As mensagens atingem celulares de uma área específica, com ajuda de geolocalizadores.
O agente Sweeney disse que "a rota para a radicalização" do suspeito permanece uma incógnita. O que se sabe: Ramahi viajou em 2011 para o Paquistão, onde se casou, e várias vezes para sua terra natal.
Para especialistas, as bombas são sofisticadas, o que pode sugerir treinamento no exterior, e não um autodidata que usou a internet como fonte.
Ele estudou justiça criminal numa faculdade de Nova Jersey. A Fox News entrevistou Maria, 26, que se diz mãe de sua filha e conta que o ex-namorado da escola odiava gays e militares.
Antes dos ataques, Ramahi estava fora do radar das autoridades, afirmou a prefeita de Elizabeth. Quanto a imbróglios com a Justiça, destaca-se a briga de sua família com o município.
Os parentes tinham lá um restaurante de frango frito, First American Fried Chicken, e processaram a cidade em 2011 -pai e irmãos do suspeito se diziam discriminados por serem muçulmanos. Reagiam a restrições ao funcionamento do local (24 horas), após vizinhos reclamarem de barulho.
Uma página do First American no Facebook virou alvo da ira virtual. Um internauta comentou: "Ouvi dizer que a comida tem sabor explosivo! Quando Trump virar presidente, vamos alinhar o resto de vocês imbecis ao lado do saco de merda que é seu filho".