Folha de S. Paulo


Dois dias após xingamento, Obama tem reunião rápida com líder filipino

O presidente dos EUA, Barack Obama, se reuniu brevemente nesta quarta-feira (7) com Rodrigo Duterte no Laos, dois dias após o colega filipino ter chamado o americano de "filho da puta" em uma entrevista.

O insulto foi feito quando Duterte foi questionado por jornalistas sobre uma possível repreensão de Obama à guerra às drogas feita por seu governo, que levou à morte de 3.500 pessoas desde sua posse, em 30 de junho.

Jorge Silva/Reuters
Obama conversa com o sultão do Brunei, Hassanal Bolkiah, enquanto Duterte (à dir.) passa em corredor
Obama conversa com o sultão do Brunei, Hassanal Bolkiah, enquanto Duterte (à dir.) passa em corredor

O xingamento levou ao cancelamento da reunião entre os dois. Segundo diplomatas filipinos, o breve encontro foi feito antes do jantar de gala da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) na capital do Laos, Vientnane.

"Estou muito feliz que isso tenha acontecido", disse o ministro das Relações Exteriores das Filipinas, Perfecto Yasay, sobre a breve reunião. "A relação entre as Filipinas e os Estados Unidos é firme, muito forte."

"Duterte explicou que as reportagens segundo as quais Obama lhe 'daria um sermão' pelas mortes extrajudiciais o levaram a fazer aqueles comentários fortes, que por sua vez causaram preocupação", disse o governo filipino.

O governo americano não comentou sobre o encontro. A conversa é um sinal de alívio na tensão com as Filipinas, país importante na intenção americana de conter as intenções da China de expandir seu território na Ásia.

Além de conter a pressão de Pequim, os filipinos têm interesse na manutenção da relação econômica. Os EUA são um dos principais mercados para o país asiático, que quer manter um dos crescimentos mais altos da região.


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