Ao menos 50 milhões de crianças vivem "deslocadas" no mundo após abandonarem seus lares em consequência de guerras, violência e perseguições, informou nesta quarta-feira (7) o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
No final de 2015, ao menos 31 milhões de crianças viviam refugiadas no exterior e 17 milhões estavam deslocadas em seus próprios países.
"As imagens indeléveis das crianças vítimas —o pequeno corpo de Alan Kurdi encontrado em uma praia ou o olhar perdido no rosto ensanguentado de Omran Daqneesh, sentado em uma ambulância após a destruição de sua casa— sacudiram o mundo inteiro", diz Anthony Lake, diretor-geral do Unicef.
"Cada foto, cada menina ou menino simbolizam milhões de crianças em perigo e necessitamos que a compaixão que sentimos pelas vítimas que podemos ver se traduza em uma ação a favor de todas as crianças."
Do total de 50 milhões de crianças "deslocadas", uma avaliação do Unicef indica que 28 milhões foram expulsas de suas casas por conflitos e têm uma necessidade urgente de ajuda humanitária e de acesso aos serviços essenciais.
Outras 20 milhões de crianças deixaram suas casas devido à extrema pobreza ou diante da violência de grupos criminosos.
"Muitos correm o risco de serem maltratados ou detidos, diante da falta de documentos ou de um estatuto jurídico preciso", destaca o Unicef.
O braço da ONU para a infância observa ainda que as crianças representam uma parte "desproporcional e crescente" das pessoas que buscam refúgio fora de seu país de nascimento: são quase a metade dos refugiados para um terço da população mundial.
Em 2015, em torno de 45% das crianças refugiadas sob a proteção da ONU eram originários da Síria e do Afeganistão.