Folha de S. Paulo


'Início do fim da era Merkel', diz sigla de extrema direita sobre eleições

W. Rattay/Reuters
AfD diz que resultado é
Para Frauke Petry, copresidente da AfD, resultado da eleição estadual é derrota pessoal de Merkel

A copresidente do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) Frauke Petry afirmou nesta segunda-feira (5) que o sucesso da legenda na eleição de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, no fim de semana, deve-se aos erros do governo da chanceler federal alemã, Angela Merkel. "Merkel está derrubando a si mesma", declarou Petry ao canal televisivo Phoenix, acrescentando que se trata de uma derrota pessoal da chanceler.

Petry afirmou que a coalizão de governo está "desistindo desse país", em meio às críticas à política de portas abertas aos refugiados adotada pelo governo federal. Neste domingo, a AfD obteve 20,8% dos votos em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, garantindo presença no legislativo de nove dos 16 Estados alemães.

A União Democrata Cristã (CDU), com 19% dos votos, sofreu a sua pior derrota no Estado, que é a base eleitoral de Merkel. Para a vice-presidente da AfD Beatrix von Storch, o resultado representa "o começo do fim da era Merkel". "Um número crescente de cidadãos quer uma mudança de rumo", disse à emissora de TV ARD.

W. Rattay/Reuters
AfD diz que resultado é
Beatrix von Storch, vice-presidente da AfD: "Número crescente de cidadãos quer mudança de rumo"

"É claro que os eleitores estão extremamente insatisfeitos com a política do governo federal." Alexander Gauland, também vice-presidente da AfD, disse estar convencido de que as críticas dentro da CDU vão aumentar.

"A CDU não vai aceitar que continue sendo gradualmente dissolvida pela chanceler. A CDU virou uma casca, esvaziada e dominada por Merkel", afirmou. Von Storch se declarou convencida de que a AfD vai se estabelecer como o partido à direita da CDU no espectro político alemão por causa das "grandes lacunas na oferta política".

"O país precisa urgentemente de uma oposição", afirmou. Gauland descartou que a AfD vá participar de coalizões de governo, afirmando que o partido é mais forte sozinho. "Vamos continuar fazendo uma oposição de base por muito tempo", declarou o dirigente.


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