Folha de S. Paulo


Escândalo sexual do marido atinge Huma Abedin, braço direito de Hillary

Kathy Willens 23. jul.2013/ Associated Press
FILE - In this July 23, 2013 file photo, Huma Abedin, alongside her husband, then-New York mayoral candidate Anthony Weiner, speaks during a news conference in New York. Democratic presidential candidate Hillary Clinton aide Huma Abedin says she is separating from husband Anthony Weiner after another sexting revelation involving the former congressman from New York. (AP Photo/Kathy Willens, File) ORG XMIT: WX102
Huma Abedin e Anthony Weiner, durante a campanha dele à Prefeitura de Nova York, em 2013

Nos círculos políticos de Washington ela é Huma e dispensa apresentações. Braço direito de Hillary Clinton, Huma Abedin, 40, galgou o poder atuando como "sombra" da candidata democrata à Presidência. Nos últimos tempos, porém, não tem conseguido fugir dos holofotes.

Em nota nesta segunda (29), Abedin anunciou a decisão de se separar do marido, Anthony Weiner.

Um dia antes, um jornal publicara fotos obscenas enviadas por Weiner a outra mulher. Numa delas, o ex-deputado aparece de cueca e com uma aparente ereção deitado ao lado do filho do casal, Jordan, 4.

Foi a gota d'água para Abedin, que já passara por episódios similares.

"Depois de longa e dolorosa consideração e esforço no meu casamento, tomei a decisão de me separar de meu marido. Anthony e eu permanecemos devotados a fazer o que é melhor para o nosso filho, a luz de nossas vidas. Durante esse difícil momento, eu peço respeito a nossa privacidade", diz a mensagem.

Em 2011, Weiner, 51, teve que renunciar ao cargo de deputado federal depois que postou por engano uma foto semelhante de cueca numa rede social, quando tentava enviar a uma mulher com quem se relacionava online.

Incentivado por Huma, tentou dar a volta por cima em 2013, concorrendo à Prefeitura de Nova York, mas o antigo hábito o derrubou: vieram à tona novas revelações de que ele manteve o "sexting" (mensagens sexuais, na gíria americana), mesmo após deixar o Congresso, sob o nome de "Carlos Danger".

As relações pioraram com o lançamento, há algumas semanas, do documentário "Weiner", que teve acesso a bastidores da derrocada.

PODER

Na época não faltaram comparações entre Abedin e Hillary, que também ficou ao lado do marido, Bill Clinton, em suas escapadas sexuais.

Enquanto Weiner mantinha seu passatempo, Huma rodava o país na campanha da democrata e se tornou um dos personagens principais das suspeitas de troca de favores quando a chefe era secretária de Estado.

Abedin trabalha com Hillary desde 1996, quando tinha 19 anos e iniciou um estágio no gabinete da primeira-dama. O sonho era ser jornalista como sua heroína, Christiane Amanpour, mas tornou-se uma das pessoas mais próximas de Hillary, que já a chamou de "segunda filha".

Teve uma série de cargos de confiança na equipe de Hillary, de assessora sênior a vice-chefe do gabinete da secretária de Estado. No momento é a número dois da campanha da democrata.

A proximidade com Hillary transformou Abedin em alvo da oposição republicana e a colocou no centro da maior controvérsia envolvendo a então secretária de Estado, o uso de um servidor privado de e-mails, contrariando as regras de segurança.

Uma nova leva de e-mails revelados na última semana mostram que Abedin fazia a intermediação entre doadores da Fundação Clinton e a secretária de Estado, gerando acusações de possível troca de favores.

Muçulmana praticante, casada com um judeu e filha de pai indiano e mãe paquistanesa, Abedin nasceu nos EUA, mas mudou-se com a família quando tinha dois anos para a Arábia Saudita, onde cresceu. Voltou para fazer um bacharelado em Artes na Universidade George Washington, e de lá foi direto para a Casa Branca.

Num artigo na revista "Vogue" em 2007, Hillary mostrava-se encantada com a assistente. "Huma Abedin tem a energia de uma mulher de 20, a confiança de uma mulher de 30, a experiência de uma mulher de 40 e a graça de uma mulher de 50", disse a ex-primeira-dama.

Para alguns republicanos, ela é uma espiã saudita, que tem laços com o grupo político egípcio Irmandade Muçulmana -acusações jamais provadas.


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