A Venezuela negou nesta segunda-feira (15) que esteja à margem das normas internas do Mercosul, como afirmaram Brasil, Argentina e Paraguai, que se opõem à transferência da presidência do bloco para Caracas.
A Chancelaria venezuelana disse, em comunicado, que "denuncia ante a comunidade internacional a persistência destes governos em violar os tratados constitutivos do Mercosul".
No documento, Caracas "rechaça categoricamente as manobras e farsas antijurídicas (...) que pretendem vender a infame história sobre o não cumprimento pela Venezuela dos compromissos assumidos no Protocolo de Adesão ao Mercosul".
No último sábado (13), o governo brasileiro divulgou nota afirmando que os "membros-fundadores do Mercosul [Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai] terão diante de si a complexa tarefa de definir as medidas jurídicas aplicáveis" contra a Venezuela, pelo fato de não ter cumprido todas as exigências necessárias para se incorporar ao bloco como membro pleno.
Boris Vergara/Xinhua | ||
Militares venezuelanos preparam a bandeira do Mercosul para ser hasteada na sede da Chancelaria |
CRISE NO BLOCO
Brasil, Paraguai e Argentina se opõem ao presidente venezuelano Nicolás Maduro com a justificativa de que seu governo não respeita direitos humanos, mantendo presos políticos de oposição.
O Mercosul está sem um líder há 15 dias, desde que o Uruguai (único país que defende a Venezuela) deu por encerrado seu período na presidência do bloco.
Esses três países avaliam ainda a possibilidade de "rebaixar" a Venezuela dentro do Mercosul para impedir que o país assuma a presidência.
Serra já defendeu uma "presidência-tampão" até que a Argentina —a próxima, pela ordem alfabética— assuma o bloco.
Enquanto não tiver um líder, o Mercosul poderá ter suas negociações internacionais com terceiros atrasadas, a implementação de acordos firmados com outros países congeladas e não fechar novas parcerias.