O impasse na Presidência do Mercosul ganha peso por refletir a crise política no bloco e o realinhamento de alianças na região, mas o vácuo na presidência tem também impactos práticos, segundo especialistas.
Entre eles, estão o atraso de negociações internacionais com outros atores (como a União Europeia ), o congelamento da implementação de acordos firmados com outros países e a ausência de lançamento de novas parcerias do bloco.
Outro potencial entrave, avalia Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e sócio da consultoria Barral MJorge, seria o atraso de decisões operacionais de comércio exterior, como reduções de tarifas, com impactos no setor privado.
Barral afirma que já houve casos de países que assumiram a chefia do Mercosul em meio a crises internas, o que fez com que o cotidiano do bloco ficasse mais lento.
Terra Budini, professora de Relações Internacionais da PUC-SP, diz que "o funcionamento do Mercosul sempre depende um pouco da qualidade da presidência: um país com vontade política dá fôlego" ao bloco.