Na semana passada, Donald Trump se desentendeu com um repórter que questionou sua ligação com Moscou. "Quantas vezes tenho de dizer? Você é esperto? Não tenho nada a ver com a Rússia."
Em seguida, contou a exceção: em 2009, um bilionário do país lhe pagou US$ 95 milhões -o equivalente a R$ 349 milhões em valores atualizados e pelo câmbio desta terça- pela Maison de L'Amitie (Mansão da Amizade).
Ele comprara o casarão na Flórida, com 17 quartos e fontes no pátio, quatro anos antes, por US$ 40 milhões.
Para mais parcerias comerciais frutíferas, contudo, faltou combinar com os russos. A família Trump tenta há décadas levar seus negócios ao país, visitado por Trump e seus filhos várias vezes.
Desde 1996, o empresário registrou o domínio de vários empreendimentos, como uma Trump Tower em Moscou. Nenhum saiu do papel.
Também já fez acordo com uma companhia americana de bebidas que tentou revender uma vodca com seu nome na Rússia -o mercado local só consumiu um lote de 8.000 unidades, 8% da distribuição global do produto.
"Se você conseguir vender em garrafas douradas com 'Trump' no rótulo vodca feita na Holanda, e russos ricos acharem que é boa, isso é um golpe de marketing", disse à CNN Money o então presidente da Drinks Americas Holdings, Patrick Kenny.
Em 2013, uma aliança foi bem-sucedida: um contrato de US$ 20 milhões para levar o Miss Universo, na época administrado pela Organização Trump, à capital russa.
Na época, o governo endurecia políticas anti-LGBTQ, tema ignorado no concurso, para decepção de ativistas.
Em declaração pública, o bilionário fez um convite velado ao russo: "Vocês acham que Putin vai [ao concurso] em Moscou? Se sim, ele vai virar meu melhor amigo?".
Ele não foi. Mas, diz Trump, "enviou um lindo presente e um lindo bilhete".