Após um encontro em fevereiro no qual o papa Francisco posou para fotos com cara de desgosto e de rumores de um péssimo relacionamento, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, voltará a ver o pontífice.
A reunião será no Vaticano em 17 de outubro, um dia depois da canonização do padre José Gabriel del Rosario Brochero (1840-1914), o primeiro santo que nasceu e morreu na Argentina. Será a segunda vez que os dois líderes estarão juntos desde que Macri assumiu a Presidência, no fim de 2015.
A relação entre Macri e Francisco é conhecida por vários momentos de tensão. Neste mês, às vésperas da comemoração dos 200 anos da independência da Argentina, o papa enviou uma carta à população em que afirmava que não se pode vender a pátria —o que foi interpretado como uma crítica a Macri, que está abrindo o mercado do país para o capital estrangeiro.
O fato de a doutrina social da Igreja católica ter sido fonte de parte das reivindicações do peronismo (movimento político de oposição a Macri) também afasta o papa do presidente e o aproxima da ex-mandatária Cristina Kirchner (2007-2015).
Por isso, quando Macri ganhou as eleições, em novembro, comentou-se que o papa argentino preferia que o peronista Daniel Scioli, apoiado por Cristina, tivesse vencido.
O governo, no entanto, afirma que não há dificuldades na relação entre os dois líderes. No início de julho, em uma entrevista ao jornal "La Nación", o papa disse não ter problemas com o presidente.