Folha de S. Paulo


"Eu culpo Hillary Clinton", diz mãe que perdeu filho em ataque na Líbia

"Na última vez que falei com Sean, na véspera do atentado terrorista, ele me disse: 'mãe, eu vou morrer'", contou Pat Smith, que perdeu o filho no ataque ao consulado dos EUA em Benghazi (Líbia), em 2012. "Eu culpo Hillary Clinton".

Foi um dos momentos mais emotivos do primeiro dia da convenção republicana, nesta segunda (18), que apesar do discurso hesitante de Smith levantou a plateia de delegados do partido.

O depoimento fez parte de uma sessão dedicada a apontar as falhas de Hillary (então secretária de Estado) no ataque de 2012. Quatro americanos foram mortos, incluindo o embaixador dos EUA na Líbia, Chris Stevens.

AFP
Patricia Smith, mãe de uma das vítimas do ataque ao consulado em Benghazi, discursa nesta segunda
Patricia Smith, mãe de uma das vítimas do ataque ao consulado em Benghazi, discursa nesta segunda

O ataque em Benghazi é um dos pontos permanentes de críticas dos republicanos a Hillary, que no ano passado a submeteram a quase 12 horas de testemunho na Cãmara dos Deputados. Também tem sido um tema sempre presente na campanha de Donald Trump, que será confirmado na convenção como o candidato republicano à Casa Branca.

"Como ela pôde fazer isso comigo?", indagou Smith, cujo filho, funcionário do Departamento de Estado comandado na época por Hillary, trabalhava no consulado em Benghazi.

Logo após Smith vieram dois sobreviventes do ataque, Mark Geist e John Tiegen, que faziam parte da segurança do consulado, que contaram em detalhes o ataque. Segundo eles, autores de um livro sobre o incidente, mesmo depois vários chamados de socorro, o Departamento de Estado os deixou esperando em vão.

"Hillary Clinton não foi capaz de proteger seu pessoal", disse Geist.

Outro tema martelado do palco da convenção neste primeiro dia de discursos foi o combate à imigração ilegal, um dos assuntos preferidos de Trump, que promete construir um muro na fronteira com o México.

Com uma sequência de depoimentos sobre crimes cometidos por imigrantes em situação irregular nos EUA, as críticas se estenderam ao presidente Barack Obama, que os republicanos acusam de ser frouxo com os ilegais.

"Nasci na Itália e me tornei cidadão americano de forma legal", disse o ex-modelo e ator de novelas Antonio Sabato Jr., uma das semicelebridades que subiram ao palco. "Não pode haver atalhos".

Em outra aparição que ressaltou a dor materna, Sabine Durden falou do filho morto em um acidente de carro causado por um imigrante ilegal da Guatemala. "Falo de imigração ilegal há anos, e nada acontece. Donald Trump é o primeiro a levar o assunto a sério", disse.


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