Folha de S. Paulo


Menina de 6 anos, filha de brasileira, morre em ataque em Nice, diz tia

Arquivo Pessoal
Kayla Assis Ribeiro (de boné), 6, e a irmã Djulia, 4. Kayla morreu em atendado em Nice
Kayla Assis Ribeiro (à esq.), 6, vítima do atentado, e a irmã Djulia, 4

Uma menina de seis anos, filha de mãe brasileira com pai suíço, morreu no atentado desta última quinta-feira (14) em Nice, sul da França.

A informação foi confirmada à Folha pela tia da criança, Ana Cláudia de Assis Ribeiro, 34, que vive em Olaria, zona norte do Rio.

A menina Kayla Assis Ribeiro, 6, nasceu na Suíça. Sua mãe, Elizabeth Cristina de Assis Ribeiro, 30, morava desde 1998 no país europeu e tinha dupla cidadania.

Lá conheceu seu atual companheiro, Silyan, com quem teve outras duas filhas: Kimea, de sete meses, e Djulia, 4.

O casal e as filhas passavam o feriado na cidade francesa quando Elizabeth e Kayla foram atingidas pelo caminhão que matou 84 pessoas. O pai conseguiu salvar o bebê e a filha do meio.

Segundo Ana Cláudia, o consulado suíço em Nice confirmou a morte da menina de seis anos. Ainda não há informações sobre Elizabeth. O Itamaraty informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está apurando o caso.

Ana Cláudia conta que a família, assim que soube do atentado, enviou mensagens à Elizabeth e ao marido, que não responderam. Só nesta sexta (15) os parentes conseguiram falar com Silyan.

"Ele está arrasado, chocado. Ele disse que quando se deu conta do que estava acontecendo, só teve tempo de pegar a Djulia e a Kymea no colo e correr porque a minha irmã e a Kayla já tinham sido atropeladas. Ele contou que quando voltou no local, não as encontrou mais lá", disse Ana Cláudia, irmã da brasileira.

Arquivo Pessoal
Kayla Assis Ribeiro (vestido estampado), 6, sua mãe, Elizabeth Cristina de Assis Ribeiro, 30, Kimea, de sete meses, e Djulia, 4. Kayla morreu em atendado em Nice
Kayla (de vestido estampado), 6; sua mãe, Elizabeth Ribeiro, 30; Kimea, de sete meses; e Djulia, 4

SUÍÇA

Elizabeth foi levada pela sua mãe, Inês, para Suíça aos 12 anos, em 1998. Na ocasião, a mãe, que foi ao país para trabalhar em restaurantes, levou suas quatro filhas –duas não se adaptaram e voltaram pouco tempo depois ao Brasil, onde têm avós e primos.

Elizabeth e uma irmã chamada Margareth ficaram no país junto com sua mãe, na cidade de Orbe.

Como não conseguia contato com o companheiro de Elizabeth após o ataque, Inês recorreu a um pastor local, que confirmou no consulado que sua neta estava entre as crianças mortas no atentado.

A avó postou nas redes sociais pedidos de oração para sua neta e mensagens de luto. Na quinta a noite, antes de receber a confirmação, Inês postou nas redes sociais sobre o ataque e a preocupação com a família.

"Ataque a Nice. Deus tá no controle. Sem notícias da família depois do ataque. Se alguém viu esta família por favor entre em contato", publicou a mãe. A postagem acompanhava fotos do casal e das três filhas.

Inês e uma irmã de Elizabeth irão de carro, o sábado, de Orbe, na Suíça, até Nice para buscar mais informações, já que o espaço aéreo da cidade francesa está fechado.

"Desde o início achamos estranho ela não responder às mensagens no celular. Foi um choque muito grande o que aconteceu", disse a irmã Ana Cláudia.


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