Folha de S. Paulo


EUA, Rússia, Reino Unido e Alemanha reagem a suposto golpe na Turquia

O chanceler norte-americano, John Kerry, disse nesta sexta (15) esperar por estabilidade, paz e continuidade na Turquia, onde o governo denunciou uma tentativa de golpe de Estado por um grupo militar.

Kerry se manifestou em Moscou, onde havia se reunido com o presidente russo, Vladimir Putin, para negociar uma possível cooperação militar entre Estados Unidos e Rússia na guerra civil que atinge a Síria. O americano também conversou por telefone com o chanceler turco, oferecendo "apoio absoluto" ao governo eleito.

De acordo com a Casa Branca, o presidente americano, Barack Obama, foi informado sobre a situação na Turquia, país membro da Otan e aliado dos EUA. Segundo a agência Associated Press, Obama, que falou por telefone com Kerry, disse que todos os partidos turcos devem apoiar o governo eleito democraticamente.

Em nota, o Itamaraty recomendou aos brasileiros residentes ou de passagem pela Turquia que "tomem as medidas necessárias para garantir sua segurança até que a situação se normalize".

"A Embaixada do Brasil em Ancara e o Consulado-Geral do Brasil em Istambul funcionam em regime de plantão de 24 horas e estão atentos à situação dos brasileiros, inclusive aqueles que integram delegações oficiais em visita à Turquia", informou o Itamaraty.

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, também se manifestou, pedindo que é preciso evitar um banho de sangue e que os russos na Turquia não deixem suas casas em meio à incerteza provocada pelo suposto golpe de Estado.

Boris Johnson, recém-nomeado chanceler do Reino Unido, também se disse "muito preocupado" pelo Twitter, acrescentando que o governo britânico está monitorando a situação. Ele falou com o chanceler turco para demonstrar apoio diante da tentativa de golpe.

Kenan Gurbuz/Reuters
Turkish President Tayyip Erdogan speaks to media in the resort town of Marmaris, Turkey, July 15, 2016. REUTERS/Kenan Gurbuz ORG XMIT: CVI12136
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, fala com a imprensa na cidade de Marmaris

Também pelo Twitter, o chanceler iraniano, Mohammad Zarif, disse estar preocupado com a "crise" no país vizinho ao Irã e ressaltou a importância da "estabilidade, democracia e segurança".

O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu calma na Turquia e afirmou que a ONU está tentando esclarecer a situação.

Pelo Twitter, o porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel disse que a ordem democrática na Turquia deve ser respeitada e que tudo deve ser feito para proteger a população.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, felicitou o apoio da população turca à democracia. "Aplaudo o forte apoio demonstrado pelo povo e por todos os partidos políticos à democracia e ao governo democraticamente eleito da Turquia", afirmou pelo Twitter.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que "as instituições democráticas devem ser respeitadas na Turquia".

A oposição ao regime sírio de Bashar al-Assad parabenizou o povo turco por sair às ruas contra o golpe. A Turquia apoia os rebeldes sírios na guerra civil do país.

Na noite desta sexta, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, denunciou a tentativa de facções do Exército de tomar o poder na Turquia. A televisão estatal do país anunciou horas depois um toque de recolher no país.

De acordo com a agência de notícias Reuters, os militares turcos divulgaram um comunicado em que dizem ter tomado o poder em nome da "ordem democrática" e que "todas as relações internacionais existentes continuarão".


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