Folha de S. Paulo


Leadsom desiste de campanha, e May deve se tornar nova premiê britânica

A secretária de Energia do Reino Unido, Andrea Leadsom, 53, anunciou nesta segunda-feira (11) sua desistência de se candidatar à sucessão de David Cameron como premiê britânica.

A decisão deixa o caminho livre para a secretária do Interior, Theresa May, que já liderava a disputa interna no Partido Conservador e agora não tem mais nenhum concorrente ao cargo.

Em discurso nesta segunda, Leadsom declarou seu apoio à campanha de May como nova primeira-ministra. Ela disse não ter o apoio de nem 25% do partido, o que não seria suficiente para manter um governo forte e estável.

É possível que seu nome seja anunciado oficialmente até o fim da semana, e a previsão anterior era de que a mudança no governo britânico ocorresse em 9 de setembro. A confirmação fará o Reino Unido voltar a ter uma mulher como governante quase 26 anos após Margaret Thatcher deixar o poder.

Com May como única candidata remanescente à liderança do Partido Conservador do Reino Unido, um processo formal será realizado para confirmar sua nova posição, segundo o presidente do comitê da legenda responsável pela disputa. O chefe do comitê, Graham Brady, fez o anúncio em discurso minutos após Andrea Leadsom.

Neil Hall/Reuters
Andrea Leadsom anuncia que desistiu de concorrer para ser nova premiê do Reino Unido
Andrea Leadsom anuncia que desistiu de concorrer para ser nova premiê do Reino Unido

Uma vez confirmada como líder conservadora, May se tornará automaticamente a nova primeira-ministra, substituindo David Cameron, que anunciou sua renúncia após o plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia.

Brady não deixou claro quando May assumirá ambas as funções, mas disse que o processo deve ser concluído "muito em breve".

BREXIT É BREXIT

Theresa May se destaca agora como provável sucessora de David Cameron como chefe de governo britânico. Em discurso nesta segunda, ela prometeu que, se assumir o cargo, vai tirar o país da UE, obedecendo ao resultado do plebiscito de 23 de junho.

"Brexit significa Brexit e nós vamos fazer com que seja um sucesso", disse May.

Em resposta aos que pedem ao governo que ignore o resultado da consulta May afirmou: "Não haverá tentativas de permanecer na UE, não haverá tentativas de reintegrar-se pela porta dos fundos".

Andrew Yates/Reuters
A secretária do Interior britânica Theresa May, que se tornou única candidata a premiê britânica
A secretária do Interior britânica Theresa May, que se tornou única candidata a premiê britânica

May, que fez uma campanha muito discreta a favor da permanência dol Reino Unido na União Europeia, se dirigiu em particular aos "líderes econômicos que não se prepararam para a possibilidade de uma saída".

O Reino Unido precisa do "melhor contrato comercial, para os bens e os serviços", disse May ao ser questionada sobre como pensava em negociar o acesso ao mercado comum europeu.

"Está claro também que o voto a favor do Brexit é uma mensagem que pede um controle da livre circulação de pessoas. Isto não pode continuar como agora", disse May.

CRISE TRABALHISTA

Enquanto o partido conservador, que controla o governo britânico, avança no sentido de definir a nova premiê, a oposição enfrenta problemas. O Labour, partido trabalhista britânico, anunciou a oficialização do desafio à atual liderança, de Jeremy Corbyn, que ficou enfraquecida após o resultado do plebiscito do Brexit.

Em um comunicado oficial, o secretário-geral do partido, Iain McNicol disse ter recebido candidaturas para disputar a liderança trabalhista.

Um dos principais nomes neste grupo que desafia Corbyn é da parlamentar Angela Eagle.

"Só nós podemos dar limites a este governo de direita dos conservadores e substituí-lo após vencermos eleições gerais", disse Eagle.


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