Quando foi secretária de Estado, de 2009 a 2013, Hillary Clinton dispensou o e-mail oficial (@state.gov). "Por conveniência", segundo a própria, usou servidores privados.
Enviou ou recebeu cerca de 61 mil mensagens assim —o BlackBerry era seu meio preferido. Em março de 2015, o "New York Times" informou sobre o uso do @clintonemail.com durante o período.
Uma semana depois, ela admitiu: "Seria melhor ter usado dois e-mails e dois endereços eletrônicos diferentes".
O problema: parte do conteúdo ou já era classificado (como supersecreto, por exemplo) ou o foi mais tarde.
Ao usar um servidor privado, ela no mínimo teria posto em risco a segurança nacional, ficando vulnerável, por exemplo, a ataques de hackers.
Em agosto, Hillary entregou 30.322 mensagens ao FBI, a polícia federal americana, que começou a investigar o caso. Outras 31 mil foram deletadas (eram pessoais ou spam, segundo a democrata).
Nove meses depois, o inspetor-geral do Departamento de Estado afirmou que ela não pediu permissão para adotar um servidor privado.
Na terça (5), o FBI disse que não recomendaria seu indiciamento, embora tenha acusado Hillary de ser "extremamente descuidada" no episódio.