Folha de S. Paulo


Primeiros-ministros de Israel e Turquia anunciam acordo entre países

Os primeiros-ministros de Israel e Turquia anunciaram oficialmente nesta segunda-feira (27) um acordo de reconciliação que termina com seis anos de rompimento entre os dois países. Informações de um acerto já haviam sido adiantadas por um alto funcionário israelense a jornalistas neste domingo (26).

Em Roma, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o acordo ajudará a trazer estabilidade para as turbulências no Oriente Médio. O primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, fez o anúncio de forma simultânea em Ancara, capital do país. Segundo Yildirim, o acordo deverá ser assinado nesta terça-feira (28).

O acerto ocorre após três anos de negociações, incentivadas pelos EUA. Elas visavam acabar com uma ruptura causada pela morte, pela marinha israelense, de 10 ativistas turcos pró-palestinos que tentaram navegar para a Faixa de Gaza bloqueada em 2010.

As relações entre Turquia e Israel foram reduzidas em 2010 com a retirada dos embaixadores e o congelamento da cooperação militar entre os países.

Após o acordo formalizado nesta segunda-feira, os dois países retomam suas relações diplomáticas. Israel deverá pagar um total de US$ 20 milhões em compensação aos feridos e familiares dos ativistas mortos, além de permitir que a Turquia realize uma série de projetos humanitários em Gaza.

Apesar de uma declaração de Yildirim de que o bloqueio israelense na região foi retirado, Netanyahu disse que "o bloqueio defensivo marítimo" deverá ser mantido. "Este é um interesse supremo de segurança para nós. Eu não estava disposto a comprometê-lo. Este interesse é essencial para evitar o acúmulo de força do Hamas", afirmou.

PASSO IMPORTANTE

Em entrevista após uma reunião com o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, em Roma, Netanyahu disse que o acordo foi "um passo importante".

"Ele também tem implicações imensas para a economia israelense, e uso essa palavra criteriosamente", afirmou a repórteres ao lado de Kerry.

Autoridades israelenses mencionavam a perspectiva de acordos de comercialização de gás lucrativos no mar Mediterrâneo assim que os laços com a Turquia forem restaurados.

Kerry saudou o pacto, dizendo: "Obviamente nós, do governo [dos EUA], estamos contentes. Este é um passo que queríamos ver acontecer".


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