Folha de S. Paulo


Estudantes de Stanford protestam contra pena branda para estuprador

Gabrielle Lurie/AFP
Stanford student Paul Harrison (C) carries a sign in a show of solidarity for a Stanford rape victim during graduation ceremonies at Stanford University, in Palo Alto, California, on June 12, 2016. Stanford students are protesting the university’s handling of rape cases alledging that the campus keeps secret the names of students found to be responsible for sexual assault and misconduct. / AFP PHOTO / GABRIELLE LURIE
Aluno da Universidade Stanford segura cartaz com os dizeres "Estupro é estupro" em protesto

Estudantes da Universidade Stanford, na Califórnia (EUA), e ativistas pelos direitos das mulheres utilizaram uma cerimônia de graduação neste domingo (12) para protestar contra a pena branda dada a ex-estudante condenado por estupro e a condução da instituição no caso.

Na semana passada, Brock Turner, 20, recebeu uma pena de somente seis meses de prisão — 3,5% dos 14 anos que poderia enfrentar na pena máxima para as três acusações aceitas com unanimidade pelo júri— por abusar sexualmente de uma mulher inconsciente, gerando indignação em todo o país.

O magistrado argumentou que encarceramento maior teria "grave impacto" no réu, que não deve passar mais do que três meses na cadeia e depois sairá em liberdade condicional.

Em janeiro de 2015, a jovem —que não teve o nome divulgado— foi encontrada por dois estudantes inconsciente e seminua, atrás de uma lixeira nos arredores de uma fraternidade da universidade.

Brock Turner, 20, estava em cima dela. Avistado pelos alunos, que estavam de bicicleta, tentou fugir, mas a dupla o deteve até a polícia chegar. Na quinta (2), a vítima, hoje com 23 anos, leu uma carta no tribunal.

De acordo com os organizadores do protesto deste domingo, a intenção era expressar solidariedade à vítima. "É muito importante amplificar a voz dos sobreviventes", afirmou Brianne Huntsman, uma das organizadoras do ato.

Os manifestantes seguravam cartazes com os dizeres "Stanford protege estupradores" e "Estupro é estupro", além de frases de apoio à vítima, como "Você é uma guerreira."

Um pequeno avião com um cartaz que dizia "Proteja os sobreviventes, não os estupradores #Perskytemdesair" sobrevoou o local —ele foi pago pelo grupo de defesa das mulheres UltraViolet, que também reuniu mais de 800 mil assinaturas em abaixo-assinado pedindo a saída do juiz responsável pela sentença, Aaron Persky.


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