Folha de S. Paulo


Atacada por atirador, boate nos EUA recebia eventos da causa gay

Neste sábado (11), a boate Pulse publicou em uma rede social um convite para que os latinos fossem à casa. Voltado para o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais),o clube americano anunciava uma noite com música latina. Seis horas depois, uma nova publicação pedia que todos deixassem o local e corressem.

A festa seria mais uma das realizadas pela Pulse há 12 anos. Na madrugada deste domingo (12), um homem armado abriu fogo dentro do local, deixando ao menos 50 mortos –49 vítimas mais o atirador– e 53 feridos.

O espaço surgiu em Orlando, na Flórida. Normalmente, ocorriam por lá festas com performances de drag queens, karaokês e apresentações de DJs —com hip-hop, house, R&B, ritmos latinos, entre outros— distribuídas em três ambientes principais. "Era um lugar em que você se sentia bem-vindo, muito seguro. Nunca senti que teria nenhum problema", diz Douglas Rodrigues, 27, mineiro que mora em Orlando há 14 anos e chegou a frequentar a casa.

Boate Pulse, em Orlando

A casa foi inaugurada em 2004 com a proposta de "manter vivo o espírito" do irmão de uma das sócias, Barbara Poma.

John, irmão mais velho da empresária, morreu em fevereiro de 1993 após contrair o vírus HIV e lutar contra a AIDS por anos. Depois da morte, a família decidiu se envolver com a causa gay.

Por isso, em sua página na internet, a boate afirma não ser "apenas outro clube gay".

A Pulse atuava para a prevenção do vírus HIV. Além das festas, abria as portas para eventos organizados por entidades que atuam pela causa gay nos EUA, como o Equal at UCF, criada por estudantes para oferecer suporte a gays e lésbicas e lutar contra a discriminação.

Há um mês, a boate dedicou uma noite latina para arrecadar fundos a fim de ajudar uma pessoa que enfrenta um câncer. O objetivo: entregar o dinheiro para que ela viajasse para onde quisesse.


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