Folha de S. Paulo


Pesquisas apontam empate técnico dois dias antes de eleições no Peru

A três dias do segundo turno da eleição peruana, a disputa voltou a embolar. Se há uma semana Keiko Fujimori mantinha diferenças de 6 a 7 pontos com relação a seu rival, Pedro Pablo Kuczynski, agora os principais institutos de pesquisa do país voltam a apontar para um empate técnico.

Em entrevista a jornalistas estrangeiros na manhã desta sexta (3), os institutos de pesquisa atribuíram o crescimento do candidato de centro-direita PPK a seu bom desempenho no debate do último domingo (29), à marcha antifujimorista da última terça (31) e ao apoio da socialista Veronika Mendoza, candidata que havia ficado em terceiro lugar no primeiro turno.

Mendoza, que vinha mantendo silêncio desde então, declarou-se nesta semana a favor de um voto a PPK como "medida de urgência" para evitar a volta do fujimorismo.

O instituto Ipsos, o mais confiável, disse que a tendência de diminuição da diferença é um fato, mas que só divulgará seus novos números neste sábado (4).

Outro instituto também respeitado, o GFK, disse que a diferença agora entre os dois candidatos é de 50,3%, para Keiko, contra 49,7% (de votos válidos), para PPK, em sondagem realizada no dia seguinte à marcha.

Já a empresa Datum apontou para 52,1% para Keiko contra 47,9% para PPK (também em votos válidos).

ESQUERDA

"Nós estamos seguros de que nenhuma das alternativas nos representa, mas deixar que o fujimorismo ganhe seria um retrocesso preocupante para nossa democracia", disse à Folha Veronika Mendoza, justificando seu apoio declarado nos últimos dias.

O apoio da esquerda a PPK, porém, irá apenas até domingo. "Não vamos participar de um governo dele, nem que nos convide, porque as diferenças programáticas e ideológicas são evidentes. Estamos preocupados com o fujimorismo e por isso pedimos o voto a PPK. Mas seremos oposição a ele, vigilante e democrática, desde o primeiro dia de um provável governo dele", concluiu.


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