Folha de S. Paulo


Trump aproveita embate democrata para se firmar internamente

A maioria dos republicanos espera que seus líderes apoiem Donald Trump, o hoje inevitável candidato do partido à Casa Branca.

E a distância do magnata sobre Hillary Clinton vem caindo (47% ela, 41% ele, em pesquisa do "New York Times" com a CBS) e até revertendo (42% a 45%, na Fox).

Em janeiro, ele disse que "poderia atirar em alguém no meio da Quinta Avenida [em Nova York] e não perderia votos". A afirmação, claro, era um exagero. Mas ele ganhou força nos últimos dias, após se consolidar como o provável candidato do partido.

Enquanto isso, os democratas ainda se engalfinham em batalha entre Hillary Clinton (a favorita) e Bernie Sanders (sem chances, mas que continua a ganhar prévias). Em abril, a dianteira da ex-secretária sobre o empresário era de dez pontos, de acordo com outra pesquisa da CBS.

Dos três pré-candidatos no páreo, é Sanders, já considerado carta fora do baralho, o nome mais querido pelo eleitorado: 41% o veem favoravelmente, contra 31% para Hillary e 26% para Trump.

Enquanto os caciques republicanos oscilam em apoiar ou não Trump, que passou meses atacando "a turma de Washington", os eleitores veem o racha com pessimismo.

Só 14% deles acreditam que a legenda está unida. Para 43%, o futuro da agremiação é desestimulante. Um alento: dois terços dos republicanos acham possível que Trump os unifique de novo.

Democratas se mostraram mais otimistas: 80% são esperançosos quanto ao futuro do partido. A pesquisa, porém, foi feita entre 13 e 17 de maio, antes que viesse a público uma briga na convenção estadual de Nevada.

No sábado (15), a contenda entre apoiadores de Sanders e Hillary terminou com cadeiras no ar, agressão física e ameaças de morte a líderes.

O levantamento revela que a ex-secretária de Estado já enfrenta resistência dos simpatizantes de Sanders: 28% que votaram nele nas prévias dizem que não a apoiarão.

VAMOS CONVERSAR

Nos últimos dias, Trump fez acenos à ala conservadora do partido. Na quarta (18), divulgou uma lista com 11 potenciais candidatos que indicaria para a Suprema Corte.

Em um possível mandato seu, esses juízes poderiam decidir sobre o aborto e a posse de armas, por exemplo.

O gesto é incomum, mas os nomes ventilados foram elogiados por líderes conservadores. Um deles: a juíza Diane Sykes, ex-mulher do porta-voz do movimento "Trump Jamais", Charlie Sykes.

Trump também contratou um advogado de Washington para ajudá-lo a escolher o vice. Foi A.B. Culvahouse quem sugeriu a John McCain convidar a ex-governadora Sarah Palin, do ultraconservador Tea Party, para ser sua número dois, em 2008.

"Eu resumi a seleção [de Palin] como 'alto risco, alta recompensa'", escreveu o advogado no "Wall Street Journal". "Ainda defendo esse conselho."


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