Folha de S. Paulo


Rei da Espanha dissolve o Parlamento e convoca novas eleições para junho

O rei Felipe 6º dissolveu o Parlamento da Espanha, nesta terça-feira (3), e oficialmente convocou novas eleições legislativas para o dia 26 de junho, apenas seis meses após a última consulta eleitoral à população.

A convocação se segue a meses de fracassadas discussões na tentativa de formar uma coalizão com os principais partidos, incluindo o conservador PP (Partido Popular), do primeiro-ministro em exercício Mariano Rajoy, que ganhou a maior parte dos votos da eleição de dezembro, mas não a maioria.

"É a primeira vez que acontece este fato no período democrático, porque não soubemos cumprir o mandato cidadão de chegar a um acordo de maioria suficiente para formar um governo", lamentou o presidente do Congresso, Patxi López.

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Spain's King Felipe signs a decree to dissolve parliament and call new elections at the Zarzuela Palace in Madrid, May 3, 2016. Courtesy of Casa de S.M. el Rey/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVE.?? TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: PDH100
Rei Felipe 6º assina decreto para dissolver o Parlamento espanhol, nesta terça-feira (3)

Desde a restauração da democracia, em 1977, após 40 anos de ditadura do general Francisco Franco (1939-1975), a Espanha não vivia um bloqueio político como este.

Nas eleições de 20 de dezembro, os espanhóis puniram os dois grandes partidos, o PP e o Partido Socialista (PSOE), que historicamente se alternam no poder.

No poder desde 2011, o PP venceu a votação, mas com uma queda de cadeiras no Parlamento. E o PSOE registrou o pior resultado de sua história.

Os eleitores, irritados com a austeridade e a corrupção, deram espaço a dois novos partidos: o Podemos (de extrema-esquerda) e Ciudadanos (centro-direita).

Para formar o governo era necessário estabelecer coalizões, o que nenhum grupo conseguiu, prolongando o governo interino de Mariano Rajoy, que tem poder apenas para administrar os assuntos cotidianos e não está autorizado a realizar nenhuma reforma.

Esta situação pode prosseguir até agosto, semanas após a sessão inaugural do novo Parlamento, prevista para 19 de julho, que abrirá uma nova etapa de negociações para a formação de um Executivo.

Pesquisas de opinião, no entanto, apontam para uma possível repetição dos resultados da eleição de dezembro, o que poderia estender o impasse político no país.


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