Barack Obama não desperdiçou a oportunidade de rir por último no jantar anual para correspondentes em Washington, no qual se espera do chefe de Estado uma espécie de "stand-up comedy" (escrita por terceiros).
Prestes a se "aposentar" da Casa Branca, o presidente foi democrático nos ataques de sábado (30), que atingiram de Hillary Clinton, a quem apoia como nome democrata para sucedê-lo, ao republicano Donald Trump.
Obama comparou as tentativas de Hillary de se aproximar do público jovem, que tem preferido o rival Bernie Sanders, à uma velhinha neófita nas redes sociais. "Não sei se estou usando isso direito. Com amor, tia Hillary."
Em 2011, ele ridicularizou Trump, que estava na plateia. O empresário flertava com a ideia de se candidatar e questionara se Obama era mesmo americano.
O presidente levou a público sua certidão de nascimento. No jantar, ironizou: "Agora ele pode voltar ao que realmente importa: nós forjamos a viagem à lua?".
Desta vez, o empresário não estava lá para digerir os gracejos do presidente."Você tem uma sala cheia de câmeras, e ele recusa o convite. O jantar é muito cafona para ele? O que ele pode estar fazendo? Comendo seu filé Trump ou tuitando insultos para Angela Merkel?"
O tradicional evento reúne repórteres, políticos e celebridades —lá estavam os atores Will Smith, Emma Watson e Carrie Fischer (a princesa Leia, que levou o cachorro).
O jantar é alvo de críticas por dar margem à uma relação excessivamente acolhedora entre um presidente e jornalistas. Obama fez um aceno à classe, lembrando do vencedor do Oscar em 2016.
"Como vocês sabem, 'Spotlight é um filme sobre jornalistas investigativos com recursos, autonomia, para ir atrás da verdade e responsabilizar poderosos. A melhor fantasia desde 'Star Wars'."
Obama brincou que sua moral já não é a mesma com países aliados, como numa recente visita à Inglaterra.
"Na semana passada, o príncipe George [de dois anos] apareceu em uma reunião comigo vestindo um robe... Aquilo foi um tapa na cara."