Entre pequenas gafes e grandes derrotas, Ted Cruz vive um inferno eleitoral.
Admitiu que perder na primária de Indiana, terça (3), poderá enterrar sua campanha para ser o candidato republicano à Casa Branca. "Não posso enfatizar o bastante o quão importante será o voto [no Estado], e, francamente, pode ser o fator decisivo", disse o senador em e-mail enviado nesta quinta (28) a potenciais eleitores.
Se ganhar no Estado, Donald Trump precisará de apenas 188 apoios para chegar aos 1.237 delegados que garantem a candidatura. Bastaria faturar 42% deles nas nove prévias seguintes –abaixo de sua média atual, 53%.
Para o estatístico Nate Silver, a base de Cruz derreteu, em parte, porque conservadores anti-Trump desistiram de ir às urnas –ou por vê-lo como imbatível ou por não se animarem com as opções.
Só 9,2% dos republicanos dos Estados votantes foram às urnas na rodada de terça (26), bem aquém dos 25,6% de Wisconsin, onde Cruz teve uma importante vitória.
O senador egresso do Tea Party, já citado como "mal menor" perto de Trump, também está sem moral na cúpula republicana. John Boehner, ex-presidente da Câmara, chamou-o de "Lúcifer em carne e osso" e disse, sem meias palavras, que nunca trabalhou "com um filho da puta tão desagradável".
Na mesma conferência, falou da amizade com Trump, parceiro de golfe e de mensagens pelo celular. Cruz respondeu chamando Boehmer de "chefe da quadrilha".
O senador ainda foi alvo de gozação ao revelar ignorar o jargão do basquete, justo em comício numa quadra, horas antes de anunciar a ex-rival Carly Fiorina como sua vice –jogada para impulsionar sua candidatura que veio tarde, segundo especialistas.
Cruz citou o "anel" da rede, chamado de aro. "É mais inteligente enterrar a bola no aro antes de clamar vitória", fustigou a ex-governadora do Alasca (e ex-jogadora) Sarah Palin, que já embarcou na arca de Trump.