Folha de S. Paulo


Xingado e em risco, Cruz vive inferno astral

Mike Groll/Associated Press
FILE - In this April 7, 2016, file photo, Republican presidential candidate, Sen. Ted Cruz, R-Texas, speaks during a campaign event at Mekeel Christian Academy in Scotia, N.Y. Cruz will have hundreds of influential Republican donors and Jewish leaders all to himself this weekend in Las Vegas as he addresses the Republican Jewish Coalition. Cruz's rivals for the GOP presidential nomination, Donald Trump and John Kasich, declined invitations to attend. (AP Photo/Mike Groll) ORG XMIT: WX201
Pré-candidato republicano à Presidência dos EUA Ted Cruz

Entre pequenas gafes e grandes derrotas, Ted Cruz vive um inferno eleitoral.

Admitiu que perder na primária de Indiana, terça (3), poderá enterrar sua campanha para ser o candidato republicano à Casa Branca. "Não posso enfatizar o bastante o quão importante será o voto [no Estado], e, francamente, pode ser o fator decisivo", disse o senador em e-mail enviado nesta quinta (28) a potenciais eleitores.

Se ganhar no Estado, Donald Trump precisará de apenas 188 apoios para chegar aos 1.237 delegados que garantem a candidatura. Bastaria faturar 42% deles nas nove prévias seguintes –abaixo de sua média atual, 53%.

Para o estatístico Nate Silver, a base de Cruz derreteu, em parte, porque conservadores anti-Trump desistiram de ir às urnas –ou por vê-lo como imbatível ou por não se animarem com as opções.

Só 9,2% dos republicanos dos Estados votantes foram às urnas na rodada de terça (26), bem aquém dos 25,6% de Wisconsin, onde Cruz teve uma importante vitória.

O senador egresso do Tea Party, já citado como "mal menor" perto de Trump, também está sem moral na cúpula republicana. John Boehner, ex-presidente da Câmara, chamou-o de "Lúcifer em carne e osso" e disse, sem meias palavras, que nunca trabalhou "com um filho da puta tão desagradável".

Na mesma conferência, falou da amizade com Trump, parceiro de golfe e de mensagens pelo celular. Cruz respondeu chamando Boehmer de "chefe da quadrilha".

O senador ainda foi alvo de gozação ao revelar ignorar o jargão do basquete, justo em comício numa quadra, horas antes de anunciar a ex-rival Carly Fiorina como sua vice –jogada para impulsionar sua candidatura que veio tarde, segundo especialistas.

Cruz citou o "anel" da rede, chamado de aro. "É mais inteligente enterrar a bola no aro antes de clamar vitória", fustigou a ex-governadora do Alasca (e ex-jogadora) Sarah Palin, que já embarcou na arca de Trump.


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