Folha de S. Paulo


Turquia pede que Genebra retire da ONU foto que faz crítica a Erdogan

A Turquia pediu que autoridades de Genebra, na Suíça, retirem da sede da ONU na cidade uma fotografia que mostra uma manifestação contra o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

A imagem foi produzida pelo fotógrafo suíço Demir Sonmez. Nela, um cartaz diz: "Me chamo Berkin Elvan, a polícia me matou sob ordens do primeiro-ministro turco", em referência ao cargo que Erdogan ocupou entre 2003 a 2014.

Fabrice Coffrini/AFP
O fotógrafo suíço Demir Sonmez em frente à imagem que gerou protesto do governo turco
O fotógrafo suíço Demir Sonmez em frente à imagem que gerou protesto do governo turco

A fotografia faz parte de uma exposição na área externa da ONU na cidade, e mostra manifestantes com um cartaz que responsabiliza o governo de Erdogan pela morte de um adolescente. A exposição tem o apoio da cidade de Genebra e do grupo Repórteres Sem Fronteiras.

Em entrevista à Agência France Presse, o fotógrafo disse que seu objetivo era destacar "as múltiplas lutas do povo".

CENSURA

Uma jornalista holandesa foi detida no fim de semana pela polícia turca, uma semana depois de criticar o presidente do país pela falta de liberdade de imprensa na Turquia. A informação foi confirmada pelo governo turco.

Ebru Umar, que tem ascendência turca, publicou em seu Twitter que foi libertada, mas estava proibida de deixar o país.

Em um texto publicado no jornal "Metro", Umar chamou Erdogan de ditador.

Um porta-voz do governo holandês disse que está acompanhando o caso e mantém contato com a jornalista.

Em um outro caso de censura, um repórter norte-americano que vive e trabalha na Turquia foi proibido de entrar no país depois de uma viagem.

David Lepeska cobre notícias para o "Guardian", a "Al Jazeera", e a "Foreign Affairs", e teve visto negado no aeroporto de Istambul.

O governo da Turquia alegou que ele não tinha o visto apropriado para atuar como correspondente estrangeiro no país.


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