O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) anunciou nesta quarta (20) que até 500 pessoas podem ter morrido em um naufrágio entre a costa da Itália e a da Líbia, no mar Mediterrâneo, na semana passada.
A divulgação foi feita depois de o órgão entrevistar os 41 sobreviventes do que pode ser um dos maiores desastres envolvendo refugiados e migrantes nos últimos 12 meses. Em abril do ano passado, mais de 800 pessoas morreram em um naufrágio semelhante na mesma região.
Tyler Hicks/The New York Times | ||
Migrantes aguardam no porto de Chios à espera de saberem se poderão ficar na Grécia |
Segundo a ONU, os sobreviventes foram resgatados no sábado (16) por um navio mercante após terem passado dias à deriva. Eles estariam entre as cem a 200 pessoas que deixaram uma cidade próxima a Tobruk, na Líbia, em um bote de contrabandistas.
De acordo com o Acnur, os traficantes tentaram transferir os refugiados para um barco maior, que já contava com centenas de pessoas em condições de superlotação, mas, durante a transição, a embarcação virou.
A maioria das pessoas se afogou em meio a um frenesi de pânico. Entre os sobreviventes, há refugiados que ainda não haviam deixado o barco menor e alguns que conseguiram nadar até o bote após o navio maior afundar.
Os 41 sobreviventes -37 homens, três mulheres e uma criança de três anos de idade- foram resgatados por uma embarcação comercial e levados a Kalamata, na península do Peloponeso, no sul da Grécia. Dos resgatados, 23 são da Somália, 11 da Etiópia, seis do Egito e um é sudanês.
Os relatos ajudam a esclarecer o caso, embora não indique onde exatamente ocorreu o naufrágio nem o número total de mortos. Nenhum guarda costeiro encontrou a embarcação, e a OIM (Organização Internacional para a Migração) afirmou na segunda-feira (18) que não poderia confirmar o episódio.