Folha de S. Paulo


Naufrágio no mar Mediterrâneo pode ter matado 500 migrantes, diz ONU

O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) anunciou nesta quarta (20) que até 500 pessoas podem ter morrido em um naufrágio entre a costa da Itália e a da Líbia, no mar Mediterrâneo, na semana passada.

A divulgação foi feita depois de o órgão entrevistar os 41 sobreviventes do que pode ser um dos maiores desastres envolvendo refugiados e migrantes nos últimos 12 meses. Em abril do ano passado, mais de 800 pessoas morreram em um naufrágio semelhante na mesma região.

Tyler Hicks/The New York Times
Migrants who are stranded along the Greek port of Chios wait to learn their fate, April 5, 2016. More than 52,000 migrants are trapped in Greece after Balkan countries shut their borders. Under a deal that took effect last month, all migrants who arrived in Greece after March 20 are to be deported to Turkey. (Tyler Hicks/The New York Times)
Migrantes aguardam no porto de Chios à espera de saberem se poderão ficar na Grécia

Segundo a ONU, os sobreviventes foram resgatados no sábado (16) por um navio mercante após terem passado dias à deriva. Eles estariam entre as cem a 200 pessoas que deixaram uma cidade próxima a Tobruk, na Líbia, em um bote de contrabandistas.

De acordo com o Acnur, os traficantes tentaram transferir os refugiados para um barco maior, que já contava com centenas de pessoas em condições de superlotação, mas, durante a transição, a embarcação virou.

A maioria das pessoas se afogou em meio a um frenesi de pânico. Entre os sobreviventes, há refugiados que ainda não haviam deixado o barco menor e alguns que conseguiram nadar até o bote após o navio maior afundar.

Os 41 sobreviventes -37 homens, três mulheres e uma criança de três anos de idade- foram resgatados por uma embarcação comercial e levados a Kalamata, na península do Peloponeso, no sul da Grécia. Dos resgatados, 23 são da Somália, 11 da Etiópia, seis do Egito e um é sudanês.

Os relatos ajudam a esclarecer o caso, embora não indique onde exatamente ocorreu o naufrágio nem o número total de mortos. Nenhum guarda costeiro encontrou a embarcação, e a OIM (Organização Internacional para a Migração) afirmou na segunda-feira (18) que não poderia confirmar o episódio.


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