Folha de S. Paulo


Polícia belga divulga novas imagens de suspeito de atentados em Bruxelas

A Procuradoria Federal da Bélgica divulgou nesta quinta-feira (7) novas imagens do chamado "homem do chapéu", apontado como um dos envolvidos nas explosões do aeroporto de Bruxelas em 22 de março. Ele aparecia ao lado dos dois terroristas suicidas que morreram na ação em um vídeo das câmeras de segurança do terminal, divulgado pouco depois dos ataques.

Ao todo, 32 pessoas foram mortas e mais de 300 se feriram no aeroporto e também na estação de metrô de Maelbeek, em ataques quase simultâneos. Os ataques foram reivindicados pela facção terrorista Estado Islâmico.

Flagrado por outras câmeras de segurança, o "homem do chapéu" aparece deixando o terminal de Zaventem logo após as explosões, sem correr. Eram 7h58 locais (3h58 de Brasília). Os procuradores descreveram o trajeto feito por ele em seguida. O suspeito sai da área de check-in, passa em frente ao hotel Sheraton (que fica dentro dos limites do aeroporto), chega ao estacionamento e, depois, deixa o aeroporto, sempre a pé.

Reuters
A suspect in the attack which took place at the Brussels international airport of Zaventem, is seen in this CCTV image made available by Belgian Police on April 7, 2016. REUTERS/CCTV/Belgian Federal Police/Handout via Reuters ATTENTION EDITORS - THIS PICTURE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. REUTERS IS UNABLE TO INDEPENDENTLY VERIFY THE AUTHENTICITY, CONTENT, LOCATION OR DATE OF THIS IMAGE. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. FOR EDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVE. THIS PICTURE WAS PROCESSED BY REUTERS TO ENHANCE QUALITY. AN UNPROCESSED VERSION HAS BEEN PROVIDED SEPARATELY. TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: YH51
Suspeito de ataque ao aeroporto de Bruxelas em imagem de câmera de segurança divulgada pela polícia

O homem, então, atravessa o pequeno centro de Zaventem (município vizinho de Bruxelas, onde fica o terminal) e, lá, tira a jaqueta creme que usava na hora das explosões. A Procuradoria fez um apelo à população para informar às autoridades caso tenha visto alguém parecido com a descrição do suspeito ou se tenha feito a mesma rota que ele naquele dia. Encontrar a jaqueta abandonada também pode ser um avanço na investigação, pois a roupa pode conter vestígios do homem.

Depois de percorrer pelo menos 10,2 quilômetros a pé e passar pelo bairro de Schaerbeek, de onde os dois suicidas e o terceiro suspeito partiram horas antes de táxi rumo ao aeroporto, o "homem do chapéu" é visto por uma câmera pela última vez às 9h50, na esquina da avenida de la Brabançonne com a rua du Noyer, a menos de 1 km da estação de metrô de Maelbeek, onde um outro suicida havia detonado explosivos menos de uma hora antes.

INVESTIGAÇÃO

A caçada ao "homem do chapéu", que já dura 16 dias, levou até à prisão de um suspeito, depois liberado. No dia 24 de março, a polícia fez uma operação em que prendeu um homem identificado como Fayçal C. A mídia local disse que se tratava de Fayçal Cheffou, um jornalista independente. Um dia depois, as autoridades disseram à imprensa belga haver "forte possibilidade" de que o homem de jaqueta creme e chapéu escuro ao lado dos homens-bomba Najim Laachraoui e Ibrahim el-Bakraoui no terminal de Zaventem fosse mesmo Fayçal C.

Ele chegou a ser indiciado, sob acusação de assassinato e tentativas de assassinato em ato terrorista. Segundo o jornal belga "Le Soir", o taxista que levou o trio de um apartamento no bairro de Schaerbeek ao aeroporto na terça-feira dos atentados (22) teria reconhecido Cheffou como o terceiro envolvido, após a polícia lhe mostrar retratos.

No entanto, no dia 28, a polícia o liberou. Em comunicado, a Procuradoria Federal informou que "as pistas que levaram à detenção de Fayçal C. não foram sustentadas pela evolução do inquérito". Policiais foram ao apartamento dele, próximo da estação de metrô de Maelbeek –o outro alvo dos atentados–, mas nada acharam.

Depois, o advogado de Cheffou disse que seu cliente é contra a facção terrorista Estado Islâmico e que não tinha nenhum vínculo com os homens-bomba que se explodiram em Zaventem. "Ele estava com um casal de amigos no carro quando foi detido em frente ao prédio da Procuradoria", afirmou Olivier Martins, sobre a circunstância em que Cheffou foi preso no dia 24.


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