Em artigo publicado no jornal estatal "Granma", o ex-ditador Fidel Castro contestou o discurso usado pelo americano Barack Obama durante sua histórica viagem a Cuba, na semana passada.
Fidel diz que Obama "lançou mão das palavras mais adocicadas" para dizer que os dois países devem esquecer o passado de agressões e, agora, olhar juntos para o futuro.
"Supõe-se que cada um de nós corria o perigo de sofrer um infarto após escutar essas palavras do presidente dos Estados Unidos", continua Fidel.
"Após um bloqueio desapiedado que já durou quase 60 anos, e aqueles que morreram nos ataques mercenários a navios e portos cubanos, um avião regular cheio de passageiros feito explodir em pleno voo, invasões mercenárias, múltiplos atos e violência e de força?", escreveu o cubano no artigo publicado nesta segunda (28).
O ex-ditador de Cuba afirmou que o povo cubano não necessita que "o império nos entregue de presente nada". "Somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas espirituais de que precisamos com o esforço e a inteligência de nosso povo. Não necessitamos que o império nos entregue de presente nada."
Fidel defendeu a continuidade dos esforços legais e pacíficos entre as nações, mas ressaltou que ninguém deve acalentar "a ilusão de que o povo deste nobre e abnegado país renunciará à glória, aos direitos e à riqueza espiritual que ganhou com o desenvolvimento da educação, da ciência e da cultura".
Obama não se encontrou e nem citou Fidel durante a visita de três dias a ilha. O americano foi acompanhado pelo irmão de Fidel e atual dirigente cubano, Raúl Castro.