Folha de S. Paulo


Prisioneiro coreano-americano admitiu ser espião, diz Coreia do Norte

Um coreano-americano detido na Coreia do Norte confessou ter roubado segredos militares e conspirado com os sul-coreanos, divulgou nesta sexta-feira (25) a KCNA, agência de notícias oficial do regime de Kim Jong-un.

A declaração foi feita durante conferência de imprensa montada por Pyongyang. Em eventos similares, é comum que prisioneiros do regime leiam comunicados em que admitem sua culpa e elogiam a ditadura norte-coreana, muito criticada por violações aos direitos humanos. Os que conseguem escapar do país, no entanto, dizem que tais confissões são feitas sob coerção.

Reuters
Kim Dong Chul (centro), que seria cidadão naturalizado americano, após conferência de imprensa em Pyongyang
Kim Dong Chul, que seria cidadão naturalizado americano, após conferência de imprensa em Pyongyang

Além disso, Pyongyang geralmente usa detidos de nacionalidade americana para forçar visitas de alto nível dos EUA, com os quais não tem relações diplomáticas formais, e concessões econômicas.

"IMPERDOÁVEL ESPIONAGEM"

Kim Dong Chul, que disse anteriormente ser um cidadão norte-americano naturalizado e que foi preso na Coreia do Norte em outubro, admitiu ter cometido "imperdoável espionagem" sob a direção dos governos dos EUA e da Coreia do Sul, segundo a KCNA.

"O extraordinário crime que eu cometi foi difamar e insultar a mais alta dignidade da república e seu sistema, espalhando falsa propaganda destinada a quebrar sua solidariedade", teria dito Kim.

Uma fonte na capital norte-coreana Pyongyang disse à Reuters que diplomatas foram notificados nesta manhã sobre a confissão e que os comentários de Kim foram semelhantes aos de outro norte-americano detido, Otto Warmbier.

Warmbier foi condenado a 15 anos de trabalho forçado neste mês por tentativa de roubo de um pôster de propaganda. A Coreia do Norte também deteve um coreano-canadense que é pastor cristão. Ele está cumprindo uma sentença de prisão perpétua por subversão.


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