Folha de S. Paulo


Bairro de Bruxelas que virou celeiro de terroristas é alvo de novas buscas

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Depois das explosões desta manhã de medo e caos, Molenbeek, bairro de maioria islâmica em Bruxelas conhecido por abrigar extremistas e exportar vários jihadistas para a Síria, está outra vez no olho do furacão.

Novas buscas estão sendo feitas no bairro, assim como em outras áreas da capital belga. As autoridades do país receiam que ainda haja terroristas soltos pela cidade.

Logo após os atentados de Paris, o primeiro-ministro belga Charles Michel assumiu a existência de "um problema gigantesco em Molenbeek". Em janeiro, o governo belga implementou um plano de registro de todos os moradores, além de reforçar o policiamento e combate ao tráfico de drogas e armas na região.

A captura de Salah Abdeslam, coautor dos atentados de Paris, na última sexta-feira (18) em Molenbeek, fez o polêmico ministro do Interior belga, Jan Jambon, reiterar sua promessa de "limpar o bairro casa por casa".

Para Jambon, é preciso que "os jihadistas sejam neutralizados e que os jovens parem de se radicalizar". A Bélgica é o país europeu que produz o maior número de combatentes islamitas em proporção à sua população.

Ataque em Bruxelas

Os moradores de Molenbeek, zona oeste de Bruxelas, são basicamente imigrantes, em sua maioria islâmicos. Lá vivem muitos jovens muçulmanos, que estão com medo da estigmatização, pelo fato do bairro ser conhecido como o "celeiro de terroristas na Europa".

Foi nas ruas de Molenbeek que Salah Abdeslam e o belga de origem marroquina Abdelhamid Abaaoud, o cérebro dos atentados de Paris, cresceram e se tornaram amigos.

Além de servir de esconderijo para Abdeslam, o bairro foi endereço temporário de Mehdi Nemmouche, atirador que matou quatro pessoas no Museu Judaico de Bruxelas, em 2014.

Ambos agora estão presos na ala de segurança máxima no Presídio de Bruges, o mais seguro do país.


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