Folha de S. Paulo


Polícia isola centro de Bruxelas; brasileiros relatam correria e confusão

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Sirenes de polícia e de ambulância por todos os lados. Soldados armados e muitos policiais por todo lado. Ruas vazias e alguns poucos pedestres circulando.

É esta a situação em Bruxelas na região onde houve uma explosão no metrô, local que, juntamente com o aeroporto de Zaventem, foi alvo de ataques na manhã desta terça-feira (22).

Conhecido como quarteirão europeu por abrigar as sedes de instituições europeias (Parlamento Europeu e a Comissão Europeia), embaixadas e consulados, como o dos EUA e da Turquia e a Aliança Francesa, a área fica perto do centro financeiro da cidade e costuma ficar repleta de pedestres e carros.

Nesta terça, porém, o expediente de trabalho e de aulas foi encerrado cedo logo após os ataques.

Ruas da região do metrô de Malbeek e Arts-Loi, alvo dos ataques, foram fechadas pela polícia por volta de 12h (8h em Brasília). Pedestres e carros não podem passar. A polícia investiga suspeitas de novos ataques a bomba.

Na esquina da Rue Belliard com a Avenue des Arts, um homem foi parado pela polícia quando tentava passar para buscar sua filha na casa de um amigo. "Nem moradores das ruas estão podendo passar, está tudo interditado", informou o policial.

Helicópteros sobrevoavam a área também. A polícia não sabe informar quanto tempo vai durar o isolamento da área.

Mais adiante, no Park de Bruxelles, uma jovem francesa chamada Julie contou à reportagem da Folha que caminhava na calçada perto da estação Malbeek, quando houve a explosão.

"Ouvimos um estrondo e logo depois fumaça e gritos. Todos saímos correndo", disse. Com um grupo de amigos, ela tentava encontrar uma forma de voltar para casa, em Lille.

Ataques na Bélgica

A circulação de metrô, trens e ônibus foi interrompida desde a manhã. O único modo de se locomover era à pé ou de carro. As principais avenidas da cidade estavam todas engarrafadas até às 13h.

BRASILEIROS

O blogger brasileiro Marcos Mendonça, 46, acompanhava a situação na calçada do Boulevard du Jardin Botanique. "Íamos agora de manhã para Paris de trem, mas agora temos de descobrir o que fazer porque está tudo fechado", contou.

"Moro nos EUA. É a primeira vez que passo por uma situação como esta. Os turistas parecem mais preocupados dos que os moradores daqui, acho que por causa dos recentes incidentes em Paris e também porque não conhecem a cidade, não sabem o que fazer, aonde ir", explicou.

Ataque em Bruxelas

Marcos e o amigo Marcelo Fernandes, 41, consultor, estavam em Bruxelas passeando a turismo havia alguns dias. "Uma amiga me mandou uma mensagem cedo avisando sobre os ataques, foi assim que ficamos sabendo", conta Fernandes.

Participando do patrulhamento ostensivo nas ruas, uma belga-brasileira e cabo do Exército identificada apenas como N. afirmou que esta é a pior situação que já viu na cidade.

"Houve outros incidentes antes de suspeitas de atentados, mas definitivamente este é o momento mais grave que já vivi", afirmou. N mora na Bélgica desde criança, mas nasceu no Pará.

A Embaixada dos Brasil em Bruxelas diz que não há informação de brasileiros entre os mortos e feridos. O site belga Sidinfo, no entanto, diz que o jogador de basquete Sebastien Bellin, nascido no Brasil e naturalizado, estava no aeroporto e se feriu.


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