Folha de S. Paulo


Partido Republicano é motivo de vergonha para 60% dos eleitores

Em meio a uma campanha presidencial marcada por ataques entre pré-candidatos, a maioria dos eleitores republicanos considera seu partido dividido (88%), ante uma minoria (33%) entre os democratas que pensam o mesmo da legenda que apoiam.

Isso é o que indica pesquisa do jornal "The New York Times" e da rede CBS divulgada nesta segunda (21).

Para os republicanos, o partido é motivo de constrangimento (60%) e faz uma campanha mais pessimista do que no passado (58%).

Apenas 13% dos democratas se disseram envergonhados, e 9% apontaram tom negativo em sua legenda.

Figura central no racha entre conservadores, a taxa de aprovação do pré-candidato Donald Trump reflete a polarização em torno de seu nome. Ele é bem visto por 51% do eleitorado republicano. Já a favorita democrata, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, tem aprovação de 61%.

Apesar das altas taxas de rejeição, Trump se beneficiou da desistência de 14 pré-candidatos e hoje é o preferido de 46% dos eleitores republicanos, o maior percentual que obteve desde o lançamento de sua campanha, em junho.

O senador ultraconservador Ted Cruz, do Texas, tem a preferência de 26%, e o governador de Ohio, John Kasich, de 20%.

POLÍTICA EXTERNA

Trump voltou a defender uma atuação menos intervencionista dos EUA e disse ser "necessário repensar" o papel da Otan (aliança militar ocidental).

"O mundo hoje é diferente do que era quando a ideia foi concebida", disse à rede CNN.

Ao jornal "Washington Post", o magnata finalmente revelou, depois de nove meses em campanha, sua equipe de auxiliares para a área de defesa nacional, liderada pelo senador Jeff Sessions.

Um dos assessores, Walid Phares, atuou na campanha de Mitt Romney à Presidência em 2012, que Trump descreveu como um fiasco.

Phares, especialista em terrorismo e comentarista da rede conservadora Fox News, provocou a ira de muçulmanos na última eleição devido a supostos elos com grupos islamofóbicos.

O Cair (Conselho de Relações Islâmico-Americanas), principal organização muçulmana dos EUA, escreveu à época uma carta a Romney pedindo sua demissão. Cristão libanês, o acadêmico foi acusado de ter praticado "crimes de guerra" no conflito civil em seu país nos anos 1980. Ele negou envolvimento.

Em dezembro, poucos dias após o ataque terrorista em San Bernardino (Califórnia), Trump foi criticado ao defender que os EUA barrassem a entrada de muçulmanos "até que as autoridades entendam o que está acontecendo".

Além de Phares, Trump anunciou a colaboração de Carter Page, executivo da área de energia, George Papadopoulos, consultor em petróleo e energia, Joe Schmitz, que atuou no Departamento de Defesa, e Kewith Kellogg, que foi general do Exército e hoje atua em consultoria sobre tecnologia da informação.


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