Ao menos cinco pessoas morreram e outras 39 ficaram feridas em um ataque suicida na região central de Istambul, na manhã deste sábado (19), segundo autoridades.
O atentado ocorreu na avenida Istiklal, um dos principais centros de compras da cidade turca. Entre os mortos estão dois israelenses, dois americanos e um iraniano. Haveria pelo menos 24 estrangeiros entre os feridos, turistas em sua maioria.
De acordo com um repórter da CNN turca que estava perto do local e disse ter visto o autor da ação, o suicida parecia andar na direção do escritório do governo do distrito de Beyoglu, onde fica a avenida, quando o artefato que levava consigo explodiu bem em frente a um restaurante.
A avenida, uma via de pedestres normalmente cheia por causa do comércio, foi completamente fechada.
O primeiro-ministro do país, Ahmet Davutoglu, classificou o ataque como "desumano" e disse que a Turquia continuará sua luta contra "centros de terrorismo".
"Nenhum centro de terrorismo alcançará seu objetivo com ataques monstruosos", disse Davutoglu em comunicado. "Nossa luta irá continuar com a mesma resolução e determinação até que o terrorismo acabe completamente."
"A Turquia sempre disse que o terrorismo não tem religião, língua ou raça, e que o terrorismo tem que ser condenado independentemente de quem sejam os autores."
Nenhum grupo havia assumido a autoria do atentado até as 18h (hora de Brasília), mas autoridades turcas afirmaram que evidências sugerem que o homem-bomba pode ter agido sob ordens da facção terrorista Estado Islâmico (EI) ou do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O PKK é uma organização que defende um Estado autônomo para os curdos e é considerada terrorista pelo governo do país, que rompeu a frágil trégua com os rebeldes e voltou a fazer bombardeios em regiões de presença curda.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, aliança militar ocidental da qual a Turquia faz parte, condenou o ataque, dizendo que "não há justificativa para o terrorismo".
O ataque ocorreu durante a visita do chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, à Turquia. Ele condenou o ataque "desumano".
Este é o segundo ataque terrorista na Turquia no intervalo de uma semana, e o sexto nos últimos 12 meses. No domingo passado (13), um atentado na capital, Ancara, deixou 37 mortos. A ação foi reivindicada pelo grupo radical curdo Falcões da Liberdade do Curdistão, próximo ao PKK.
Istambul já havia sido alvo do terror este ano. Em 12 de janeiro, 12 turistas alemães foram mortos em outro ataque suicida no centro histórico e turístico da cidade, perto da basílica de Santa Sofia e da mesquita Azul. O governo culpou o EI pelo ataque.
Na última quinta (17), o governo alemão havia ordenado o fechamento da embaixada em Ancara, do consulado em Istambul e de escolas alemãs no país devido a "evidências muito concretas" de um novo ataque.