Folha de S. Paulo


Digital e DNA de terrorista dos ataques em Paris são encontrados na Bélgica

Salah Abdeslam, o único dentre os responsáveis pelos atentados de Paris que continua foragido, pode ter escapado de incursão policial em Bruxelas realizada na terça-feira (15), informou a rádio do governo RTBF.

O promotor federal Eric Van der Sypt confirmou que investigadores encontraram as digitais de Abdeslam no apartamento de onde partiram tiros durante a ação, mas não soube informar se ele esteve no local há pouco tempo.

Segundo a RTBF, o DNA de Abdeslam também foi encontrado na cena. Ele é o homem que teria alugado um carro utilizado nos ataques e é irmão de Brahim Abdeslam, um dos suicidas que morreram nos atentados.

"De acordo com nossos informantes, é mais do que provável que ele [Abdeslam] seja um dos dois indivíduos que escaparam durante a troca de tiros", disse a RTBF em seu site.

Sypt, porém, disse não ser possível afirmar se Abdeslam é um dos dois foragidos.

Anteriormente, a polícia belga havia afirmado que a operação antiterrorismo comandada por França e Bélgica contra o grupo ligado aos atentados de Paris, ocorridos em novembro, não teria relação com Salah Abdeslam, francês de 26 anos.

O confronto começou depois que tiros foram disparados de um apartamento que seria alvo de um mandado de busca. Quatro soldados ficaram levemente feridos e um suposto terrorista foi morto – Mohamed Belkaid, argelino de 35 anos. Dois suspeitos fugiram.

AFP PHOTO-15.mar.16 / Belga / DIRK WAEM
Policiais belgas no local onde colegas foram alvos de disparo, no bairro Forest, em Bruxelas
Policiais belgas no local onde colegas foram alvos de disparo, no bairro Forest, em Bruxelas

A polícia disse ter encontrado no apartamento uma bandeira da facção terrorista Estado Islâmico e informou que dois suspeitos foram detidos após a operação.

Segundo as autoridades francesas, Bruxelas é o local onde a série de ataques que deixou 130 mortos em Paris foi planejada. O mentor dos atentados, o belga Abdelhamid Abaooud, morava na cidade antes de se unir ao Estado Islâmico na Síria.

A cidade, em especial o bairro de Molenbeek, está relacionada a uma série de atentados recentes. O país, além disso, tem o maior número per capita de militantes lutando na Síria e no Iraque (em torno de 40), se comparado com outras nações europeias. Estima-se que ao menos 440 belgas tenham viajado à região, dezenas deles ao Estado Islâmico.

SUSPEITO MORTO

Mohamed Belkaid, o argelino morto durante o tiroteio de terça, foi identificado como "Samir Bouzid", codinome utilizado por um dos homens que arquitetou os atentados de Paris em novembro, segundo a RTBF.

REUTERS-16.mar.16/Francois Lenoir
Fachada do prédio no subúrbio de Bruxelas onde morava o suposto terrorista
Fachada do prédio no subúrbio de Bruxelas onde morava o suposto terrorista

"Bouzid" constava da lista de procurados pela França e Bélgica desde dezembro, quando surgiram evidências de que ele teria feito uma transferência bancária de Bruxelas para uma mulher –morta com outros suspeitos de envolvimento nos atentados.


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